A Alca – Academia de Letras, Ciências e Artes de Santa Rita do Sapucaí elegeu no último dia 29 de fevereiro o nome da historiadora e professora Patrícia Aparecida Vigilato. Ela vai ocupar a cadeira de número 16, cujo patrono é Rodolfo Guerino Adami. Durante sessão ordinária, realizada na Sala Professor José Nogueira Leite no Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações, o nome de Patrícia foi apresentado pelo acadêmico Evandro Carvalho da Silva, que também fez a leitura do currículo da historiadora.

O presidente da Alca – prof. José Antônio Justino Ribeiro ao lado da nova acadêmica Patrícia Vigilato.
Após vários apartes dos acadêmicos presentes à assembleia, Patrícia foi eleita por unanimidade. A sessão solene que dará posse à nova acadêmica ainda não tem data marcada. Com a entrada da historiadora no quadro de membros efetivos, a Alca tem agora todas as 40 cadeiras preenchidas. Patrícia entra no lugar da escritora e jornalista Jandyra Adami Neves de Carvalho, falecida em 2018.
Portas abertas
Patrícia Aparecida Vigilato nasceu em Santa Rita do Sapucaí (MG). Graduou-se em História no ano de 2012 pela Univás – Universidade do Vale do Sapucaí. Em 2014 se especializou em História da Arte: Teoria e Crítica pela FPA – Faculdade Paulista de Artes. Ela também tem especialização em História, Educação e Sociedade também pela Univás em 2018. Desde 2011 atua como historiadora e pesquisadora no Centro de Memória do Inatel. É também professora efetiva de história na Escola Estadual Sanico Telles. Patrícia participa efetivamente de grupos e coletivos em prol das culturas negra e feminista. Recentemente participou do Festivale – Festival do Livro do Vale da Eletrônica onde conduziu uma roda de conversa sobre Maria Idalina de Jesus – a “Maria Bonita”, líder negra de Santa Rita no Século XX.
Patrícia Vigilato aceitou o convite da Alca e diz que a Academia era quase uma “utopia” para ela. Ela também fala sobre a questão da representatividade enquanto mulher e negra e de sua admiração pelas letras. “Estou muito contente com o convite para integrar o quadro de acadêmicos da Alca. Feliz com o que atrevo chamar de representatividade. Pois, de certa forma, estou representando uma exceção enquanto mulher negra. Gosto das palavras, cresci cercada pela oralidade das histórias narradas pelos familiares e meus primeiros acessos aos livros foram na biblioteca pública da cidade, posso dizer que me tornei uma admiradora das letras. Estou muito emocionada, confesso que para mim a Alca sempre foi uma utopia. Porém, penso que nenhuma porta nos é aberta somente por oferecimento. Todos os lugares em que estamos têm a ver com as nossas demandas, com o reconhecimento do nosso trabalho, é uma honra ser acolhida pela Alca”, diz a historiadora.
Boa orientação
O presidente da Alca, professor José Antônio Justino Ribeiro, diz que a Academia cumpre um de seus propósitos, que é o de congregar pessoas que pautam suas vidas pelo bem da comunidade. “Em reunião de 29 de fevereiro, a Academia de Letras, Ciências e Artes de Santa Rita do Sapucaí elegeu como integrante efetiva a Professora Patrícia Vigilato. A nova acadêmica sucederá a saudosa senhora Jandyra Adami na cadeira de número 16. O seu acolhimento cumpre, mais uma vez, o propósito de a Academia congregar pessoas que pautam suas vidas com o estímulo e a promoção das letras, das ciências, das artes e da cultura, sempre pelo bem da comunidade”, comenta o presidente.
O acadêmico Evandro Carvalho entende que Patrícia terá um papel importante no futuro quanto à preservação dos registros e acervos da Alca. Ele também ressalta o fato de que a nova acadêmica é a primeira representante negra na Academia. “Conheço o trabalho da Patrícia há alguns anos. Ela participou ativamente da pesquisa que foi feita para a exposição em homenagem aos 30 anos da Academia em 2015; foi um trabalho primoroso. Além disso, desempenha um papel imprescindível no Centro de Memória do Inatel, seguramente a instituição que tem o maior acervo de documentos, livros, jornais, revistas, vídeos, etc, sobre a história da cidade. Não se pode esquecer também que ela será a primeira representante da cultura negra dentro da Alca desde a sua fundação. Para terminar, sua experiência enquanto pesquisadora será muito útil a médio prazo para a Academia no sentido de preservarmos nossos acervos e registros. Tenho certeza que ela nos dará uma boa orientação”, conclui o acadêmico.
Demais proposições
A sessão ordinária do dia 29 também deliberou sobre a doação do acervo bibliográfico da Sra. Mariângela Telles Capistrano – apresentada pelo acadêmico Ronaldo de Azevedo Carvalho. O acadêmico Yago Euzébio de Paiva Junho propôs a realização de uma sessão solene em alusão ao centenário de morte do ex-presidente Delfim Moreira, que acontece em julho próximo. Ambas as proposições foram aprovadas.



























Parabéns a você Patricia, me lembro quando entrei na faculdade (Univás) e você me disponibilizou um grande acervo de documentos e livros para que eu conseguisse me identificar com a História !! Sou grato a você por isso e é muito importante ver uma colega de profissão (Historiadora) com uma representatividade significativa na cidade !! Edran