Um padre de 81 anos que mora no Distrito da Petúnia, em Nova Resende, é tataravô. Jorge Eugênio da Silva se casou e teve filhos, netos, bisnetos e hoje, tataranetos. Desde criança, ele sentia a vocação para o sacerdócio, mas só resolveu se tornar padre depois que a esposa dele morreu, após 50 anos de casamento.

Padre Jorge celebra missa na Paróquia de São Benedito desde 2002. Na comunidade, ele é admirado pelos fiéis e também é conhecido como o “Padre Tataravô”. “Padre Jorge? Um padre muito bom, gosto muito dele, um padre santo mesmo”, comenta o lavrador Moacir Amparado, morador da comunidade.

Jorge Eugênio sentiu a vocação quando ainda era criança. Como era casado, acabou virando diácono permanente, função importante na Igreja Católica e que permite o casamento. O diácono transitório é aquele que recebe o sacramento da ordem no grau do diaconato para depois receber o segundo grau e tornar-se presbítero, ou padre, conforme se costuma dizer. O diácono permanente, sendo casado, não pode ascender ao grau superior, ficando permanentemente como diácono. Ficando viúvo, o diácono permanente pode ser ordenado padre após completar os estudos.

Padrê é tararavô em Nova Resende. (Foto: Reprodução EPTV / Michel Diogo)

“Quando eu falo que sou filho do padre as pessoas acham estranho, daí eu explico que ele foi casado e depois que minha mãe morreu, ele virou padre”, comentou Benedito Silva, filho do padre. Jorge Eugênio contou que essa era uma vontade também da mulher dele. “Pedi para virar padre no dia do velório mesmo”, disse ele.

Em todo seu sacerdócio, padre Jorge já celebrou mais de três mil missas, ouviu mais de sete mil confissões e realizou mais de dois mil batizados, entre eles os de todos os netos, bisnetos e tataranetos