Cai exigência de placa de alerta para radar

Vias urbanas e rodovias não precisam mais ter aviso sobre fiscalização eletrônica, segundo resolução do Contran

Obrigatoriedade existia desde 2006; motoristas só reduzem velocidade onde há sinalização, afirma inspetor da PRF 

Os órgãos de trânsito não são mais obrigados a avisar sobre a existência de radares em vias urbanas e rodovias com fiscalização eletrônica.

Uma resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) oficializada anteontem revogou a exigência -em vigor havia mais de cinco anos.

Assim, os radares já podem ser colocados para multar os infratores mesmo onde não houver avisos, segundo entendimento confirmado àFolha pelo inspetor Jerry Dias, chefe da divisão de multas da Polícia Rodoviária Federal e conselheiro do Contran.

A medida tem a aprovação majoritária de especialistas devido ao argumento de que os motoristas têm que respeitar a legislação em todos os lugares -independentemente de saberem se há radar.

“Nos locais onde tem radar e placa avisando, as marcas de frenagem são intensas. Os condutores se viciaram em reduzir a velocidade somente nesses locais”, afirma Dias.

Já os defensores do alerta de radar alegam que isso dá mais credibilidade à punição.

A obrigatoriedade das placas de aviso existiu até 2003, quando foi suspensa -voltando a ser exigida em 2006.

O Denatran, responsável pela presidência do Contran e comandado por Júlio Ferraz Arcoverde, não respondeu à Folha. Sua assessoria diz que não havia ninguém ontem para explicar as mudanças.

Em São Paulo, um projeto aprovado na Assembleia Legislativa prevê a obrigatoriedade de placas indicativas de radares a 200 m dos aparelhos. Porém depende de sanção do governador Alckmin (PSDB) -e pode ser contestado pelo argumento de que é competência da União.

PLACA DE VELOCIDADE

Pela resolução do Contran, apesar de as placas de aviso não serem exigidas, os radares não podem ficar escondidos. Para Horácio Augusto Figueira, mestre em engenharia pela USP, eles “não deveriam ser visíveis”.

A norma federal também tirou a exigência de estudo prévio para radares móveis em rodovias -permitindo fiscalizar em qualquer ponto.

Permite ainda equipamentos móveis mesmo em trechos de rodovias onde não há sinalização da velocidade permitida. A alegação é que os motoristas devem conhecer os limites legais (em rodovias, até 110 km/h para carros). Essa regra, porém, não vale para vias urbanas, onde a sinalização ainda é exigida.

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5 Responses to Cai exigência de placa de alerta para radar

  1. Avatar de FELIPE TADINI FELIPE TADINI disse:

    isso e um absurdo

  2. Avatar de tunico tunico disse:

    Isso alimentará a indústria da multa e ainda, existem rodovias que em determinados trechos a velocidade não é 110 km/h e de repente com a não sinalização um radar ali abasteceria os cofres públicos.

    Falando de SRS. A moda da molecada nova (abaixo dos 16 anos) é esperar um carro se aproximar e atravessar a rua bem na frente dele. Vi um garoto fazendo isso na Barão do Rio Branco e um menor o repetiu na minha frente, ele fica olhando de “rabo de olho” esperando a aproximação do veículo e corre na frente pra atravessar.
    Por sorte consegui frear…fica o aviso, se algum pivetinho for atropelado….pode ter sido isso.

  3. Avatar de jb jb disse:

    isso tem nome:INDÚSTRIA DE MULTAS

  4. Avatar de Mario Mario disse:

    Pelo menos as placas com indicação do limite de velocidade devem estar presentes. Além disso, os limites devem ser revisados, pois foram estabelecidos em uma época em que os veículos mal atingiam 100 km/h. Ando muito pelas estradas e digo sem medo de errar que NINGUÉM respeita os limites de velocidade em 100% dos casos. Em alguns locais o limite é 40 km/h e ninguém anda nessa velocidade, a não ser que exista um radar. E nesses casos geralmente é perfeitamente possível dirigir com segurança em uma velocidade superior. Os limites devem ser revisados – com critério, obviamente – para não caírem em descrédito.
    Uma outra solução talvez poderia ser utilizar um método parecido com o da Inglaterra, onde existem vários radares ao longo da rodovia e o motorista é multado se sua velocidade média ao longo da mesma ultrapassar o limite, e não pontualmente, o que é mais coerente.

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