O lavrador Alfredo de Oliveira encontrou os restos de um cadáver masculino no alto da serra do bairro dos Fagundes, no meio de um bananal. O cadáver, em estado de putrefação, tinha apenas a bacia e as pernas dentro da calça. A policia civil esteve no local para os levantamentos periciais e identificou os restos do corpo como sendo de Jacó Ferreira da Silva, 33 anos, natural de Porteirinha-MG, procurado pela Policia desde o dia 20 de outubro por atentado violento ao pudor. A identificação foi possível porque ao lado dos restos mortais estavam um saco com utensílios domésticos e provisões e um galão de água, próprios de quem pretendia passar algum tempo no mato. Os objetos e o corpo estavam ao pé de um paredão de pedra de mais de 10 metros de altura, no bananal.

No dia 15 de outubro último, a senhora Claudia Ferreira da Silva Reis, 30 anos, natural de Porteirinha-MG, residente na fazenda do sr. Manoel Ribeiro de Oliveira no bairro dos Fagundes, procurou a Delegacia de Policia para prestar queixa contra o amasio Jacó Ferreira da Silva, com o qual vivia há seis anos e tinha uma menina de 4 anos e um menino de colo. Viviam ainda sob o mesmo teto outros três filhos dela com outro homem, dois meninos e uma menina de 11 anos. Segundo Claudia, há cerca de um ano o amasio vinha molestando sexualmente a própria filha de 4 e a enteada de 11 anos e ao questiona-lo sobre seu comportamento, Jacó reagiu com violência e ameaças.

O caso foi levado ao Ministério Publico, que por sua vez pediu providencias ao Conselho Tutelar, que chegou ao CRAS- Centro de Referencia de Assistência Social da Prefeitura, que por sua vez tomou as devidas providencias para proteger as crianças e a mãe. No dia em que procurou as autoridades, Claudia e os 5 filhos impúberes dormiram num hotel da cidade por conta do Conselho Tutelar e no dia seguinte foram se hospedar na Associação Emanuel, na rua da Pedra, por conta do CRAS. Funcionários do Centro de Referencia e Assistência Social de Santa Rita acertaram a transferência e cerca de dez dias depois a funcionaria Celina levou Claudia e as crianças até Porteirinha no norte do Estado e as deixou aos cuidados do CRAS daquela cidade. Diga-se de passagem, trabalho serio e responsável, digno de elogios, realizado pelo CRAS de Santa Rita.

Voltando ao ‘meio morto do bananal’, no dia seguinte à queixa prestada na Delegacia de Policia, Claudia voltou ao casebre em que morava no bairro dos Fagundes, protegida pela policia militar, para buscar seus pertences e das crianças e não encontrou o amasio. Ele havia juntado sua trouxa e se mocosado no mato. Manoel Ribeiro, o Mané do Estacionamento, seu patrão disse que o procurou e o encontrou no cafezal, e ele estava muito nervoso e com medo da policia, por isso havia fugido. Seu mandado de prisão preventiva foi publicado dia 19 de outubro e quando a policia civil foi prende-lo ele já havia dobrado a serra do cajuru.

Para o detetive Jose Benicio Bernardes, que se aposenta no mês que vem e esteve no macabro bananal, não há duvida de que o meio corpo ali encontrado pertence lavrador sacudido e trabalhador, pai tarado e marido valentão de Porteirinha. Como ele morreu? Dentre as causas mais prováveis empatam; picado por cobra enquanto dormia ou, pulando do paredão de pedra. A outra metade do corpo? Tatu lobisomem ou cachorro do mato…