Em meio a casos de contaminação por metanol em São Paulo, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) emitiu um alerta para que bares e restaurantes adotem cuidado extra na compra de bebidas alcoólicas. A medida, tomada nesta quarta-feira, 1º de outubro, é preventiva, já que não há registros confirmados no estado.
As recomendações foram enviadas a entidades como a Abrasel-MG, associação que reúne bares e restaurantes do estado. O objetivo é orientar estabelecimentos a adotarem práticas para reduzir riscos. As regras abrangem desde a aquisição dos produtos até a ação em caso de suspeita de adulteração.
Controle e fiscalização
A primeira orientação é comprar apenas de fornecedores legais, com CNPJ ativo e boa reputação. O MP também pede para que sejam evitados vendedores informais, principalmente quando o preço estiver abaixo do mercado. A autenticidade da nota fiscal eletrônica deve ser sempre verificada.
No recebimento das mercadorias, é essencial fazer duas checagens. Todos os dados como lotes, datas e informações do fornecedor devem ser registrados. Os comprovantes de compra e venda precisam ser guardados para eventual rastreamento.
Sinais de alerta
As equipes dos bares devem ser treinadas para identificar sinais de produtos adulterados. Lacres violados, rótulos com erros de grafia ou garrafas com desgastes anormais são indícios. Divergências entre o número do lote na garrafa e na caixa também acendem o alerta.
Diante de qualquer suspeita, o MP determina que os estabelecimentos notifiquem imediatamente a Vigilância Sanitária, a Polícia Civil, o Procon e o próprio Ministério Público. A promotoria ressalta que a negligência pode levar a responsabilizações cível, administrativa e criminal.
Cenário preocupa setor
Os casos em São Paulo, com sete contaminações confirmadas, uma morte confirmada e quatro suspeitas, assustam o setor em Minas. A Abrasel-MG emitiu nota afirmando que o cenário é um alerta. “Trata-se de um problema de saúde pública”, explicou a entidade, que defende fiscalizações mais rígidas em fábricas ilegais.
A associação lamentou que, “sendo um problema antigo e conhecido no Brasil, a atuação preventiva das autoridades ainda seja insuficiente”. E reforçou que donos de bares também são vítimas, pois não agiriam de má-fé sabendo dos riscos de contaminação.
Mercado clandestino
Mário Marques, presidente do Sindicato de Bebidas de Minas Gerais, espera que a situação sirva para alertar sobre a importância de consumir produtos de origem fiscalizada. “Todo destilado de origem é fiscalizado. A origem da indústria é fiscalizada pelo Mapa e pela Vigilância Sanitária, o que dá uma garantia ao produto”, apontou ao jornal Estado de Minas.
Ele destacou que a clandestinidade se sustenta pela sonegação. “Esses produtos custam de 30 a 50% mais barato. Não por força de produção, mas por força de sonegação”. Estima-se que Estado e União percam R$ 40 bilhões em arrecadação com esse comércio ilegal.
Marques também alertou que, além do metanol, outras substâncias perigosas podem estar presentes nessas bebidas. “Mesmo que não cause problemas graves como este, podem gerar dor de cabeça e mal-estar”. Sua expectativa é que os casos recentes resultem em uma fiscalização permanente.
Com informações do Ministério Público e jornal Estado de Minas



























