Diante de um postagem divulgada em redes sociais nesta semana, de que o Parque Natural Municipal de Pouso Alegre, também conhecido como Horto Florestal, estaria infestado de carrapatos transmissores da febre maculosa, devido à presença de capivaras que habitam o local, a Prefeitura de Pouso Alegre emitiu nota na tarde desta sexta-feira(01), contestando e desmentindo a informação, procurando ainda tranquilizar a população e pessoas que frequentam o local.
A postagem feita em grupos de whatsapp diz: “Papais, mamães e a todos. Urgente! O Parque Natural de Pouso Alegre o Horto está infestado de Carrapatos, devido às capivaras que estão no local, o carrapato é muito perigoso podendo transmitir a Febre Maculosa e levando a pessoa à morte. Tomem cuidado pessoal, redobrem atenção no local e qualquer situação procure um médico e avisem a zoonose da Prefeitura e se possível evitem o local até que a Prefeitura tome providências para exterminar os carrapatos do local”.
A Nota da Prefeitura informa: “A Prefeitura de Pouso Alegre esclarece que a cidade não registra nenhum caso de febre maculosa até o momento (01/09/2023). Em tempo, ressaltamos que o Parque Natural Municipal de Pouso Alegre é um local de reserva florestal e conta com a presença de animais, incluindo capivaras que estão em habitat natural e elas ocasionam a presença de carrapatos. A Prefeitura realiza medidas constantes de controle e prevenção, sempre respeitando o ambiente natural dos animais. A Prefeitura está a disposição da população.”
O alarde em redes sociais vem após a confirmação de dois óbitos por febre maculosa divulgados esta semana. As mortes aconteceram há alguns dias, mas o resultado dos exames foi conhecido recentemente e os casos ocorreram na cidade minera de Ipatinga, localizada no Vale do Aço, a 600 quilômetros de Pouso Alegre.
Porém, apesar de negar a incidência de casos em Pouso Alegre, a Prefeitura informa que toma os cuidados necessários para que os animais sejam mantidos em seu habit natural, sem prejudicar pessoas que visitam o Horto.
SOBRE A DOENÇA
A febre maculosa é uma doença endêmica em Minas Gerais, causada por bactérias do gênero Rickettsia e transmitida ao homem pela picada do carrapato-estrela. Embora ocorra com mais frequência nos períodos de seca, especialmente entre os meses de abril e outubro, pode ser notificada durante todo o ano. Como não existe vacina, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informa à população que adotar medidas de prevenção e controle do parasita transmissor é fundamental para se evitar a doença.
Apesar de o número de ocorrências deste ano em Minas Gerais estar dentro do esperado – foram confirmados 13 casos e quatro óbitos no estado em 2023 –, a doença apresenta alto índice de letalidade, o que reforça o alerta da SES-MG. “Em caso de surgimento de sintomas com histórico de picada por carrapato, a pessoa deve procurar o serviço de saúde imediatamente para diagnóstico e início precoce do tratamento”, explica Mariana Gontijo, coordenadora de Zoonoses e Vigilância de Fatores de Risco Biológicos da SES-MG.
A coordenadora explica que os principais sintomas são febre, dor de cabeça intensa, náuseas e vômitos, diarreia e dor abdominal, dor muscular constante, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés, gangrena nos dedos e orelhas, além de paralisia dos membros que se inicia nas pernas podendo chegar até os pulmões, causando parada respiratória.
Com a evolução da doença é comum também o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas que podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés.
O tratamento é realizado com antibióticos e deve ser iniciado de forma precoce, nas fases iniciais da doença, como forma de evitar óbitos e complicações.
No ciclo de transmissão da bactéria Rickettsia, o carrapato se contamina ao sugar o sangue de animais infectados, tais como as capivaras. No homem, o período de incubação da doença (intervalo de tempo entre o primeiro contato com o carrapato contaminado até o início dos sintomas), em geral, é de aproximadamente de 2 a 14 dias. Se não tratada, a doença pode evoluir rapidamente para o óbito.
A SES-MG mantém ações constantes e rotineiras de monitoramento e vigilância de casos humanos. A Secretaria também realiza a vigilância ambiental de áreas de risco e divulga notas informativas e materiais educativos às Unidades Regionais de Saúde e aos municípios para alertar os profissionais sobre os sintomas da doença.
Os casos de febre maculosa são registrados em todo o estado, porém costumam ser mais comuns nas regiões Central, Vale do Aço, Leste e Leste do Sul. Todo caso suspeito requer notificação compulsória à autoridade de Saúde e investigação epidemiológica, por se tratar de doença grave.
PREVENÇÃO
A principal forma de prevenir a febre maculosa é evitar o contato com o carrapato, mais comum no período de seca. Eis algumas orientações úteis, sobretudo em caso de frequência em campos e pastos onde há animais silvestres, como pacas e capivaras, ou de manejo de gado, cavalos, cabras ou mesmo de cães e gatos infestados pelo parasita transmissor:
• Uso de repelentes à base da substância Icaridina, que são eficazes na prevenção de picadas por carrapatos;
• Uso de roupas de cor clara, vestimentas longas e calçados fechados (preferencialmente com meias brancas e de cano longo);
• Uso de equipamentos de proteção individual nas atividades ocupacionais (capina e limpeza de pastos);
• Evitar se sentar e deitar em gramados em atividades de lazer como caminhadas, piqueniques, pescarias etc;
• Examinar o corpo periodicamente, tendo em vista que quanto mais rápido o carrapato for retirado do corpo, menor a chance de infecção;
• Se verificados carrapatos no corpo, retirá-los com leves torções e com o auxílio de pinça, evitando o contato com unhas e o esmagamento do animal;
• Utilização periódica de carrapaticidas em cães, cavalos e bois, conforme recomendações de profissional médico veterinário;
• Limpeza e capina periódica de áreas de vegetação passíveis de cuidados.
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