Um transplante ósseo conhecido como aloenxerto, procedimento cirúrgico inédito no Sul de Minas, foi realizado com êxito esta semana pelo Hospital das Clínicas Samuel Libânio, de Pouso Alegre. Nesse transplante o cirurgião utilizou o osso de um cadáver, que estava armazenado em um banco de ossos no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO) no Rio de Janeiro. O procedimento foi feito pelo SUS.
O osso usado na cirurgia foi transportado via aérea para Pouso Alegre, por meio dos serviços da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT). “Fizemos aqui no Hospital, de forma pioneira na região, a ressecção do tumor tirando um seguimento da diáfase do úmero e colocando esse enxerto de osso trazido do Rio de Janeiro”, explica o médico ortopedista oncológico Eugênio César Mendes, responsável pelo transplante.
O paciente Diego Henrique Braga, que passou pela cirurgia pioneira no Sul de Minas, trabalha como operador de extrusora. “A cirurgia correu muito bem, estou me recuperando muito bem”, disse.
Segundo o médico Eugênio Mendes, a recuperação deve seguir de forma tranquila e rápida. “Esperamos uma excelente recuperação para o paciente, que ficará com uma tipoia por algumas semanas e em quinze dias serão tirados os pontos. Assim que o enxerto consolidar ao osso do receptor, ele será liberado para o início das fisioterapias”, conta.
OSSO CONGELADO
Em 2017, o hospital de Pouso Alegre realizou outra cirurgia inédita na região na mesma área. Chamada de Frozen Bone (osso congelado), o procedimento usa uma técnica de congelamento para tratar câncer nos ossos.
A cirurgia foi realizada também pelo médico Eugênio César Mendes, especializado em ortopedia oncológica. “Primeiro, eu cortei o osso doente, depois descasquei o tumor que estava no osso que ficou totalmente limpo. Depois, mergulhei ele no nitrogênio líquido com menos 174º C. Logo após vinte minutos, o osso foi colocado em temperatura ambiente onde ficou por mais quinze minutos. O osso ainda foi mergulhado em água destilada, também em temperatura ambiente, onde permaneceu por mais dez minutos. Depois de descongelado reimplantei o osso na paciente, com placa e parafuso como no caso de uma fratura normal. O procedimento inovador usou o osso do próprio paciente, com encaixe perfeito”, contou o cirurgião.



























