Produtores rurais tentam se proteger contra nova modalidade de roubo: a ‘saidinha’ do Ceasa

Produtores rurais de Pouso Alegre  e da região estão com medo de uma nova modalidade criminosa. Uma quadrilha tem agido dentro e fora do Centro de Abastecimento da cidade. É a saidinha do Ceasa.

Só na região de Pouso Alegra, foram dois assaltos em menos de uma semana. Só um dos produtores teve um prejuízo de R$ 12 mil.

“Saímos daqui, chegou um cara, abriu a porta do caminhão, dois ‘chegou’. Foi um em mim, outro no motorista. O dinheiro ‘tava’ em cinco bolsos, ele tirou tudo. Só deixou o de um bolso, que tinha um pouquinho”, disse o homem, que não quis ser identificado.

Um outro produtor teve um prejuízo ainda maior quando foi abordado ao chegar em casa. Perdeu R$ 25 mil.

“O psicológico da gente tá tudo abalado. Eu acho que, só de você pensar que podia ter acontecido o pior, né? Não só por causa do dinheiro mas, às vezes, vidas, né?”, contou a vítima.

O dinheiro dos dois produtores vem da venda de mercadorias do Ceasa, de Pouso Alegre. São cerca de 700 produtores que negociam diretamente com os fornecedores duas vezes por semana.

“A gente tem reforçado na parte de monitoramento de câmeras. A gente está com dois agentes disfarçados aqui dentro pra observar entrada e saída de pessoal e orientando o produtor para ficar atento no local de venda deles, nas pedras, nos boxes, qualquer movimentação estranha de gente que eles nunca tenham visto aqui, para estar informando a gente”, disse o coordenador do Ceasa, Henrique Aparecido de Oliveira.

O problema é o que acontece fora do portão. O produtor vai ao Ceasa, faz a venda diária, pega o faturamento e é abordado pelos criminosos na volta para casa. Uma modalidade de assalto que está sendo comparada à chamada saidinha de banco.

“Há alguém monitorando o comportamento da vítima, acompanhando a transação financeira, verificando que ela tem um numerário relevante consigo e repassa essas informações para alguém que está do lado de fora, e que vai acompanhar essa vítima, como aconteceu aqui em Pouso Alegre e realizar a abordagem para a subtração do bem”, disse o capitão da Polícia Militar, Maximiliano Silva Soares.

A polícia já tem suspeitos dos roubos. Pessoas próximas aos produtores podem estar envolvidas com o crime.

“Lembrar de observar sua volta, monitorar as pessoas que estão em torno, porque essa rotina pode estar sendo monitorada, pode estar sendo vista e repassada para outras pessoas com más intenções”, completou o capitão.

Até o momento, ninguém foi preso.

G1 Sul de Minas

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