Sandro Mendes

Beirando meus 50 anos de idade, fico pasmo diante da revolução tecnológica pela qual o mundo passou nas últimas décadas. Outro dia vi um carro estacionando sozinho em São Paulo e fiquei simplesmente abismado. Que admirável mundo novo!

Hoje todo mundo tem um celular com câmera. Todo mundo filma e opina. Cada pessoa é um jornalista, para o bem e para o mal, enviando a qualquer instante informação para Deus e o mundo.

Pobre de quem pisar na bola. Em minutos ele vira notícia no planeta inteiro. Acabou o
anonimato. Já era a privacidade. É proibido errar. Ninguém tem sossego mais. Nem no
banheiro.

Mas o ser humano ainda está lá no meio de toda essa tecnologia. No Facebook, por exemplo, a vaidade é presença assídua, juntamente com sua prima, a ostentação. No
WhatsApp velhos amigos se falam, trocam fotos, lembranças etc. É a velha necessidade de não estar só, de pertencer a um grupo.

O mundo ficou pequeno. Os aviões e a internet destruíram as distâncias. A Europa é ali, quase uma vizinha nossa. A medicina reimplanta braços e pernas. Os antidepressivos não têm mais efeitos colaterais, os idosos têm o Viagra e até as injeções doem menos.

Esse é o novo, impressionante e inacreditável mundo. Cadê a televisão preto e branco, o estilingue, o carrinho de rolimã? Na roça ninguém mais anda a cavalo, só de motocicleta. Tem peão que toca o gado de moto. Quem diria…

Mas apesar de ficar espantado com os avanços tecnológicos, na verdade eu gosto desse novo mundo, que evidencia a incrível capacidade de desenvolvimento do ser humano.

A tecnologia é a marca do nosso tempo. E ela passa pela mecânica, pela eletrônica, pela biologia, pelos transportes etc, trazendo alterações significativas e profundas em nossa vida, alterando hábitos e padrões de comportamento.

A longevidade humana aumentou e irá aumentar ainda mais. Drones e robôs já fazem parte do dia a dia de muitos e a exploração espacial já é uma realidade. Astronautas ficam meses em órbita, mostrando que a habitação em outros planetas é algo possível.

O céu é o limite para esse mundo de altíssima tecnologia, embora saibamos que o céu não tem limite. O espaço é infinito, assim como nossa capacidade de sonhar coisas novas. E por isso que história do desenvolvimento humano não tem e nunca terá ponto final, apenas reticências…

Sandro Mendes