Sob protestos, novo conselho toma posse na Fuvs, em Pouso Alegre

Cerimônia foi realizada após TJMG invalidar eleição de conselho diretor e apontar a entrada de uma nova diretoria na entidade

Após a decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais que invadiu a eleição que definiu a direção do conselho diretor da Fundação do Vale do Sapucaí (Fuvs), o novo conselho tomou posse na tarde de ontem(17). A cerimônia foi realizada na sede da entidade e marcada por muitos protestos.

A troca da direção estava marcada para as 15h00. Um grupo de alunos e funcionários foi para a porta do local se manifestar contra a medida.

“Nós fomos surpreendidos por uma intervenção dizendo que estava desfeita a atual gestão, que de maneira arbitrária uma nova diretoria seria nomeada”, disse o diretor do curso de Medicina da Fuvs, Antônio Carlos Brandão. 

Pela manhã, no auditório da Faculdade de Medicina, o prefeito Rafael Simões (PSDB) já havia falado sobre a decisão.

“Essa modificação que foi feita no estatuto foi orientada pelo Ministério Público, que acompanhou. Quem votou essa mudança foi o pessoal que fazia parte da diretoria anterior, da assembleia anterior, ou seja, não teve nada errado. Então o motivo é político. Por quê? Porque o Rafael teve 50 mil votos, então eles acham o seguinte: vamos pegar a instituição e ter 50 mil votos na próxima eleição”, disse o prefeito.

“A gente vai seguir as orientações da Justiça, mas a gente vai lutar, com liminares, com mobilizações, para que essa decisão seja revertida”, afirmou Bruno Dias, que é professor e vereador (PP) em Pouso Alegre.

A assinatura da posse foi feita a portas fechadas na sede. O até então presidente da Fuvs, Luís Roberto Martins Rocha, saiu e disse ter se negado a assinar o documento. Ele ainda conversou com manifestantes antes de ir embora.

“O advogado, de Belo Horizonte, me telefonou agora e, por orientação do meu advogado, eu não transmiti o cargo”, afirmou Rocha.

Já o novo presidente, Luiz Augusto de Faria, disse que as pessoas que se manifestaram não precisam ficar preocupadas.

“A passagem do cargo é um ato meramente formal. Na verdade, nós estamos amparados pela lei e, a partir de agora, perante essa decisão, está empossado o novo conselho diretor. A maioria dessas pessoas que se manifestaram ouviram só uma das partes. Eu acho que a democracia exige que a gente tenha o diálogo, que a gente aproxime das pessoas e permita que de fato as pessoas entendam qual é o papel desse conselho interino”.

Eleição anulada

A liminar foi concedida pelo juiz José Hélio da Silva em favor do governo do Estado em relação ao conselho diretor da Fundação Vale do Sapucaí. Nessa liminar de tutela de urgência, o juiz determinou que a eleição do conselho diretor da fundação, realizada em maio, não tem validade. Ainda conforme a decisão, o novo conselho interino deveria já tomar posse nesta quinta-feira.

Parte do capital da fundação pertence ao governo estadual e sempre foi o governador que indicou o conselho diretor, que é composto por três membros. Foi assim, por exemplo, com o atual prefeito de Pouso Alegre, Rafael Simões (PSDB), que foi indicado como presidente da fundação pelo senador Antônio Anastasia, que na época era o governador de Minas.

Em março deste ano, a fundação modificou o estatuto, retirando esse poder do Governo do Estado. Essa mudança chegou a ser suspensa pelo juiz José Hélio da Silva, mas foi derrubada pelo Tribunal de Justiça, em Belo Horizonte (MG). Porém, o desembargador Bittencourt Marcondes, que julgou o caso, voltou atrás e declarou a eleição inválida. Com essa decisão, novos nomes foram indicados pelo governo.

G1 Sul de Minas

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