Pouso Alegre acaba de proibir, de forma pioneira, as operações de fracking, inclusive para testes de aquisição sísmica e pesquisas. De autoria do vereador Rafael Huhn (Rede), os vereadores aprovaram por unanimidade o projeto de Lei nº 7228/2016, na Sessão Extraordinária de 20 de dezembro. 

O franking (fraturamento hidráulico) é utilizado para realizar perfurações e extração de gás, o chamado gás xisto, ou gás de folhelho. Essa tecnologia consome grandes quantidades de água, gera poluição atmosférica, contamina os aquíferos e ainda pode provocar doenças como câncer.

“O Sul de Minas possui grande riqueza em recursos hídricos e da qual dependem milhões de pessoas e que precisa ser preservada. Pouso Alegre é o primeiro passo para garantir a integridade das demais cidades da contaminação causada pelo fracking”, comenta Rafael Huhn, autor da lei em Pouso Alegre.

Com a aprovação, Pouso Alegre mostra sua atuante participação na campanha de caráter nacional que luta pelo fim desse tipo de extração. Representantes de movimentos culturais e ambientais da cidade marcaram presença nesta luta desde a primeira discussão do projeto na Câmara e aderiram à campanha, organizada na região Sul de Minas por Renan Andrade, gestor ambiental e coordenador voluntário de Minas Gerais da COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida.

Outras cidades mineiras que integram a Bacia do Paraná já estão debatendo a legislação proposta pela COESUS, devendo ampliar ainda mais o alcance da campanha no próximo ano. “O caminho foi aberto com a aprovação em Pouso Alegre e vamos trabalhar para que Minas Gerais esteja livre do fracking e tenha preservados da contaminação seus recursos hídricos, a produção agrícola, o turismo e a sua gente”, salienta Renan sobre a importância da aprovação da lei na cidade.

Fotos: COESUS/350BRASIL/skyscrapercity.com