“Santa Rita do Sapucaí-MG, 06 de dezembro 2015.
Para muitos um domingo normal, para mim era um dia com corrida na cidade que nasci.
A quem diga que correr “em casa” é uma vantagem, será?
Bem fisicamente? E o psicológico está preparado para tal pressão? Afinal você pode estar sendo visto como esperança de vitória e porque não inspiração para os amigos e atletas?
Você sonha a noite toda com a prova, até porque você conhece o percurso, e no sonho não vence, ao acordar fica aliviado e sente como se tivesse uma “segunda chance.”
Levanta, respira fundo e pensa, é hoje! Vou fazer meu melhor mesmo que tenha os melhores atletas do mundo nessa prova, afinal estou no “meu quintal”.
Ao chegar ao local da prova percebe que tem atletas de nível forte e com grande chance de vencer, mais você decide: Que eles sejam bem vindos na minha cidade mais também quero e posso vencer.
Recepciona os amigos que faz tempo que não ver, até porque você está ingressado em uma modalidade diferente (estou treinando para a ultra 50 km, que por sinal será no dia 12/12), e a prova do dia será como um piscar de olhos, 5 km de terra, lama e muita vontade.
Momento da largada aquele frio na barriga como se fosse à primeira vez que ficava em um posto de largada, (mais não era, estava nessa situação pela 193ª vez), preferi não ficar na linha de frente no momento da largada (apesar da gentileza de amigos atletas que me chamava para frente), agradeci e permaneci na retaguarda.
O ultra atleta, conterrâneo e amigo Eduardo Calixto (corrida levou seu nome por ser em prol de sua participação na BR-135 com 217 km em janeiro) tocou o sonoro.
Os atletas saíram fortes, não os deixei distanciar, ainda na pista assumi a ponta, o frio na barriga transformou e explosivo para fazer o melhor que pudesse, já na rua.
Primeiro km ainda era rua, na seqüência uma lama escorregadia que foi suficiente para sujar o meu tênis (eu acredito que quem não sujou perdeu alguns segundos).
No km 2,5 retornamos, liderava e encontrei com o segundo atleta que vinha uns 50 metros atrás, encontrei com o terceiro, quarto, quinto que já estava uns 300 metros de mim, e logo os outros que também queria um lugar no top 5 no pódio.
Depois de ouvir gritos de incentivos durante mais de um km finalmente encontrei com o atleta que vinha finalizando a multidão (recuso a chamá-lo de ultimo afinal todos ali estavam com objetivo pessoal), passei novamente na lama que estava ainda mais lisa.
A passar pelo km 4 minha batalha já passava ser pessoal assim como meu objetivo, fui para fazer meu melhor independente da colocação e nessa altura podia administrar e apenas vencer, mais isso era pouco queria dar meu melhor e acelerei ao máximo.
Ao entrar novamente na pista do centro de eventos onde foi dada a largada era 600 metros que me separava de um segundo objetivo, que era vencer (o primeiro era fazer meu melhor).
Quando ouvi o locutor narrar: Vai vencer, é a ultima curva para o atleta que é de Santa Rita do Sapucaí!!! Olhei para a direita na pista ao redor do campo e vi que o segundo atleta entrava na pista, ao ouvir os aplausos concluí: “Consegui, fiz meu melhor e venci.”
Neste momento, eu um atleta amador, conquistava meu 43º título de campeão em 193 corridas disputada e o melhor com um tempo que estipulei. Vencia em casa!
Deixo aqui meu agradecimento especial a cada amigo pelo aplauso, ao Inatel pelo apoio e a Life Academia pelo espaço para fortalecimento.”
Robson Vigilato
A próxima corrida do santa-ritense será sábado dia 12 de dezembro nas montanhas de São Bento do Sapucaí/SP, a prova será de 50 km e faz parte do Circuito Brasileiro de Corrida de Montanhas.
Em 2014 o atleta Robson Vigilato foi o terceiro colocado com o tempo de 5 horas e 10 minutos.
No masculino o campeão foi Robson Vigilato com 16 minutos e 21 segundos, e no feminino a campeã foi Elisama Godinho com o tempo de 22 minutos e 54 segundos. 


























