A Polícia Federal cumpre mandados em uma operação na manhã desta segunda-feira (17) em propridades de uma seita religiosa acusada de obrigar fieis a trabalhar como escravos. Ao todo, estão sendo cumpridos 129 mandados judiciais, entre eles seis de prisão temporária, seis de busca e apreensão e sete de condução coercitiva, além de 70 mandados de sequestro de bens, envolvendo imóveis, veículos e dinheiro.
No Sul de Minas, os mandados expedidos pela 4ª Vara Federal em Belo Horizonte (MG) estão sendo cumpridos nas cidades de Pouso Alegre, Santa Rita do Sapucaí, Poços de Caldas, Andrelândia, Minduri, Lavras, São Gonçalo do Sapucaí e São Vicente de Minas.
Além de Minas Gerais, também há mandados sendo cumpridos nas cidades de Carrancas (BA), Remanso (BA), Marporá (BA), Barra (BA), Ibotiram (BA) e Cotegipe (BA) e em São Paulo.
As investigações da PF apontaram que os dirigentes da seite religiosa “Jesus, a verdade que marca” estariam mantendo pessoas em regime de escravidão nas fazendas onde realizavam suas atividades e rituais religiosos.
Os envolvidos podem responder por tráfico de pessoas, organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
Investigações
As investigações apontaram que os dirigentes da seita religiosa estariam mantendo pessoas em regime de escravidão nas fazendas onde desenvolviam suas atividades e rituais religiosos. Os fieis, ao ingressarem na seita, eram convencidos e doar seus bens sob o argumento da convivência em uma comunidade onde tudo seria de todos. Em seguida, eles eram obrigados a trabalhar sem qualquer espécie de pagamento.
Segundo a PF, a estimativa é de que o patrimônio recebido em doações dos fieis chegue a pouco mais de R$ 100 milhões. Parte desse patrimônio teria sido convertido em grandes fazendas, casas e veículos de luxo.
Apuração começou em 2011
A seita começou a ser investigada em 2011 e os trabalhos resultaram na deflagração da “Operação Canaã” em 2013, quando a Polícia Federal, o Ministério do Trabalho e Emprego e o Ministério Público do trabalho fizeram inspeções em propriedades rurais. Conforme as investigações da época, foi identificado um sofisticado esquema de exploração do trabalho humano e lavagem de dinheiro levado a cabo por dirigentes e líderes religiosos.
As investigações foram ponto de partida para outras apurações da Polícia Federal de mais de 50 casos envolvendo o tráfico e a exploração de pessoas no Brasil.

























