Allan Kardec: O Codificador da Doutrina Espírita
Nascido em Lyon, na França, a 3 de outubro de 1804, Allan Kardec pertenceu a uma família ilustre de magistrados e advogados, inclinando-se, desde cedo, aos estudos científicos e filosóficos.
Seu nome era Hippolyte Léon Denizard Rivail.
Discípulo de Pestalozzi desde os 11 anos de idade, ele conviveu com o eminente pedagogo em Yverdun, na Suíça, no Instituto de Educação, onde estudou e ministrou, a partir de seus 14 anos, ensinamentos.
Dotado de notável inteligência e admirador do sistema de Educação de seu mestre, Allan Kardec regressarou à França em 1822, estabelecendo-se em Paris como professor. Além de lecionar, dedicou-se a escrever inúmeras obras pedagógicas de interesse para a Educação Pública de seu país.
Fundou e dirigiu uma Escola de Primeiro Grau, fechada por dificuldades financeiras causadas por um tio seu. Enquanto trabalhava como contabilista, à noite desenvolvia trabalhos na área da Educação, como por exemplo escrevendo livros de ensino, traduzindo obras didático-literárias, preparando cursos e aulas, a serem por ele ministrados em estabelecimentos de ensino.
Allan Kardec realizou, em sua residência, cursos gratuitos de matérias variadas como física, química, fisiologia, anatomia comparada, e outras, para alunos desprovidos dos recursos financeiros necessários.
De família católica, mas tendo estudado em país protestante, conviveu com o preconceito religioso, fato que o levou a pensar numa reforma religiosa
Era um homem probo, digno, um educador inigualável, um amigo fraternal dos homens. Foi um homem famoso na França, conhecido como o Professor Rivail, e sua fama estendeu-se a outros países europeus.
Em 1854, chamado a observar o fenômeno das mesas girantes e falantes, que eram objetos movidos sob a ação dos Espíritos e que se transformaram em divertimento, nos salões aristocráticos da época, Allan Kardec não se interessou por ele, de início.
Em 1855, no entanto, o notável pesquisador passou a observar os fenômenos e a analisá-los, buscando as causas e deduzindo-lhes as consequências. E onde as pessoas da época viam divertimento pouco sério, em seus salões de festa, o Professor Rivail entreviu o princípio de novas leis naturais até então desconhecidas dos homens de ciência, leis que regiam a possível comunicabilidade do mundo visível com o invisível, e vice-versa.
Os fenômenos com a movimentação de mesas eram reais, verdadeiros, e embutia-se neles uma causa inteligente. E foi essa causa que se autodenominou Espíritos, quando ninguém havia cogitado da existência deles.
Com o prosseguimento das pesquisas e estudos, Allan Kardec observou fenômenos variados de comunicação dos Espíritos, fazendo perguntas específicas aos Seres com quem dialogava, num círculo de cerca de dez médiuns que reuniu junto a si, além de receber material vindo de outras partes do Mundo, registrado através de muitos médiuns diferentes.
Revisando cinquenta cadernos, onde estavam anotados os registros mediúnicos, o pesquisador incansável deduziu conseqüências daqueles fenômenos, aplicando nesse trabalho seus estudos, sua experiência vasta, o método experimental, o raciocínio crítico e o discernimento filosófico.
Realizou os mais importantes estudos sobre a Imortalidade da Alma, a origem, a natureza e o destino dos Espíritos, suas relações com os Homens, as consequências dessas leis para o nosso mundo, para a vida presente e para o futuro da Humanidade, segundo Ensinos especificamente fornecidos por Espíritos superiores, formando assim uma doutrina..
Allan Kardec criou um nome para essa doutrina importante nos seus aspectos científico, filosófico e ético, para diferenciá-la das demais doutrinas espiritualistas já existentes: chamou-a Espiritismo, e a nenhuma outra doutrina mais, e denominou espíritas aos seus adeptos.
Codificou o Espiritismo ou Doutrina dos Espíritos, ou seja, tornou possível que ela fosse enfeixada em códigos, em livros, que fosse codificada e ficasse para sempre entre os homens. Reuniu os ensinamentos em cinco livros básicos assim denominados:
1. O Livro dos Espíritos, a 18/04/1857;
2. O Livro dos Médiuns, em janeiro de 1861;
3. O Evangelho segundo o Espiritismo, em abril de 1864;
4. O Céu e o Inferno, em agosto de 1865;
5. A Gênese, em janeiro de 1868.
Allan Kardec criou também A Revista Espírita, Jornal de Estudos Psicológicos, um periódico mensal iniciado a 1º de janeiro de 1858. Ele fundou, ainda, a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, com sede em Paris, a 1º de abril de 1858.
Ela foi a primeira sociedade espírita regularmente constituída no Mundo.
O pedagogo e escritor Hippolyte Rivail adotou o pseudônimo de Allan Kardec também com o objetivo de diferenciar suas obras espíritas de seus trabalhos pedagógicos.
Allan Kardec afirmava que não escrevia livros espíritas, ele apenas “os codificava”.
O fato é que Hippolyte Rivail escreveu livros de aritmética e gramática, além de programas de cursos de física, química, medicina e até astronomia.
O Livro dos Espíritos foi publicado por Allan Kardec pela primeira vez na França em 18 de abril de 1857.
Allan Kardec consultou cerca de 10 médiuns para escrever e revisar O Livro dos Espíritos.
Os seguidores da doutrina revelada por Allan Kardec são chamados de kardecistas.
O túmulo de Allan Kardec é um dos mais visitados do cemitério Père Lachaise, em Paris. O Père Lachaise é famoso pela quantidade de celebridades sepultadas: Fredéric Chopin, Maria Callas, Edith Piaf, Marcel Proust, Amedeo Modigliani, Sarah Bernhardt, Oscar Wilde, Honoré de Balzac, Jim Morrison… A maior parte dos turistas que visita o túmulo de Kardec é brasileira.

























