Pedido foi feito pelo Ministério da Agricultura após análises do Procon.
Segundo MP, excesso de soro no produto seria para aumentar lucro
A pedido do Ministério da Agricultura, a Cooperativa Agropecuária Paraísense (Coolapa) suspendeu a produção do leite pasteurizado que supostamente estaria adulterado. Análises de amostras do produto comercializado pela cooperativa apontaram uma quantidade de soro acima do permitido, o que o faria estar impróprio para o consumo humano. A indústria, que fica em São Sebastião do Paraíso, processa diariamente 40 mil litros de leite.
O laudo técnico do Procon apontou 183 miligramas por litro de CMP – proteína encontrada no leite – quando o permitido é até 30 mg/l. Também foi encontrado 0,11 miligramas de cloreto por 100 gramas de amostra, resultado 10% superior ao esperado. De acordo com o parecer técnico do Procon, o soro de leite adicionado ao produto tem como objetivo aumentar o volume e consequentemente o lucro.
Para o médico gastroenterologista Luiz Henrique de Souza Pinto, o consumo excessivo destas substâncias pode causar problemas de saúde. “A preocupação nossa é em relação à intoxicação, que acaba trazendo problemas gastrointestinais e em relação às alergias”, afirma.
Apenas a produção de derivados foi mantida. A comercialização do leite está proibida desde a última terça-feira (13) por medida cautelar do Ministério Público. O órgão também determinou que a Polícia Civil abra inquérito para investigar a suposta adulteração.
Cooperativa de São Sebastião do Paraíso é investigada por suposta adulteração (Foto: Reprodução EPTV)A pedido do MP, funcionários da cooperativa apresentaram o resultado da análise do mesmo lote verificado nesta quinta-feira (15) e a quantidade de CMP encontrado foi de 10 mg/l. A engenheira de alimentos da Coolapa, Nara Mendes Queiroz, questiona a análise feita a pedido da promotoria. Segundo ela, o leite o que chega à cooperativa passa por três etapas de análise e recebe o selo de inspeção federal dentro da empresa. As amostras de todos os lotes são armazenadas até o vencimento.
“Nós não acompanhamos esse procedimento de coleta. Não sabemos se ele foi realizado corretamente, a temperatura, o armazenamento e o transporte. A gente questiona porque as nossas análises estavam todas dentro do padrão”, alega.
Um dos advogados da empresa, Guilherme de Souza Borges, afirma que a empresa já tomou todas as providências para que a produção volte ao normal.
“Nós já apresentaremos ao MP as provas técnicas demonstrando que os índices físico e químico do leite não foram adulterados e, portanto, não há impropriedade para consumo humano. Com isso, pediremos ao MP que revoge esse embargo que ele impôs. Caso contrário, a cooperativa optará pela impetração do mandado de segurança recorrendo ao Judiciário a intervenção para suspender essa decisão que nós entendemos ser arbitrária e abusiva”, conclui.
Novas amostras de leite foram coletadas e enviadas para mais uma análise para verificar se existem outras irregularidades com o produto. O resultado deve ficar pronto em no máximo 15 dias.
Denúncia
Conforme o MP, há cerca de seis meses a Ouvidoria do órgão recebeu uma denúncia anônima de que a cooperativa adulterava o leite. Segundo o Ministério Público, parte do produto era distribuído em Campinas e para a Secretaria de Desenvolvimento Social de São Paulo, na capital. Em fevereiro, uma amostra foi encaminhada para análise. No dia 1º de abril, um laudo técnico com o resultado comprovou que havia adulteração no leite. A multa por descumprimento da proibição da comercialização é de R$ 10 mil por dia.
A comercialização do leite pasteurizado da cooperativa foi suspensa na cidade pelo Ministério Público através de uma medida cautelar. A Vigilância Sanitária está orientando os comerciantes a retirarem o produto das prateleiras desde terça-feira.
A Secretaria de Desenvolvimento Social de São Paulo informou nesta quinta-feira que ainda não foi notificada sobre a investigação.


























Boa informação. Mas qual é a marca do leite produzido por essa Cooperativa?