Volume para período deve ficar entre 180 e 260 milímetros no Sul de MG.
Em Pouso Alegre e Itajubá, prefeituras dizem que obras vão reduzir impacto.
A proximidade do final de ano traz novamente a preocupação com as enchentes. Em duas das maiores cidades do Sul de Minas que costumam sofrer com os efeitos da chuva, Itajubá e Pouso Alegre, o discurso oficial é de que esses municípios não devem sofrer tanto com as enchentes como em anos anteriores. Os institutos de meteorologia também estão prevendo um verão tranquilo, com índices pluviométricos dentro da média histórica. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a média do volume de chuvas para os meses de dezembro a fevereiro na região deverá ficar entre 180 e 260 milímetros, quantidade que segundo especialistas da área, não traz maiores riscos.
“O problema da chuva é chover muito em um curto espaço de tempo. Naquela enchente de Blumenau (SC), em 2008, por exemplo, choveu 500 milímetros em apenas três dias”, diz o professor de hidrologia da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), Alexandre Augusto Barbosa.
Para não ficar apenas nas mãos do que promete a previsão, cidades da região que costumam sofrer com as enchentes se mobilizam para minimizar os efeitos para a população. Em Pouso Alegre, segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, a eficácia da obra do Dique 2, ao longo do Rio Mandu, que ficou pronta no ano passado, já pode ser testada no período chuvoso deste ano. Conforme a prefeitura, a obra reduziu cerca de 90% a incidência de cheias no bairro São Geraldo e cerca de 20 mil pessoas tiveram o problema da enchente resolvido.
Segundo o professor de hidrologia da Unifei, somente com o complexo totalmente construído que a cidade estará segura em relação a enchentes.
Itajubá
Em Itajubá, o Ribeirão Anhumas, que passa por cinco bairros e desagua no Rio Sapucaí, está sendo alargado como forma de prevenção ao risco de enchentes devido ao período chuvoso. As obras em um trecho do córrego que passa próximo à BR-459 devem evitar que 12 mil moradores sejam afetados pelas cheias do ribeirão.
O projeto para rebaixar o nível do ribeirão e instalar 26 metros de aduelas, que serão instaladas abaixo da antiga tubulação, foi elaborado durante três meses por técnicos da prefeitura. A ideia é aumentar a vazão da água que desce da cabeceira do córrego antes de chegar no rio. A previsão é de que as obras sejam concluídas até o fim do ano.
“Como tem uma calha pequena, esses ribeirões transbordam rápido. Essas obras auxiliam, mas não resolvem”, diz Alexandre Barbosa.
Previsão dentro da média histórica
No ano passado, segundo dados do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), da Unicamp, o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), registrou em dezembro de 2012 um volume de chuvas de 548 milímetros em Itajubá, a maior já registrada desde 1978. A média dos últimos 35 anos para o período é de 240,3 milímetros.
No entanto, se depender da previsão do tempo, pelo menos este verão não deverá trazer tantos problemas para o Sul de Minas em termos de quantidade de chuva. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a precipitação de chuvas para este período chuvoso na região deverá ficar entre 180 e 260 milímetros.
“Se ocorrer um evento extremo, uma precipitação acima da média, fica difícil de segurar. Na enchente de 2000, que foi uma das maiores que nós tivemos, mas não foi a maior, choveu só em Itajubá 350 milímetros em três dias. Ainda está bem longe daquela de Blumenau, quando choveu 500. Se der outra chuva dessas, inunda de qualquer jeito“, completa o professor Alexandre Barbosa

























