Após 37 anos em funcionamento, a Cadeia de Cássia (MG) foi desativada pela Justiça. O local, que funciona no mesmo prédio que a única delegacia da cidade, no bairro Patrimônio, apresentava problemas na infraestrutura e superlotação. A cadeia tinha capacidade para 16 presos, mas já chegou a abrigar mais de 80 detentos.

O local foi construído em 1976 e desde então só passou por reparos. Goteiras, fiação elétrica exposta e mofo nas paredes e teto são alguns dos problemas detectados. No banheiro não havia pia, apenas chuveiro e vaso sanitário. Quando foi desativada, a cadeia tinha 22 presos. Eles foram transferidos para Passos (MG), Formiga (MG) e Patos de Minas (MG).

Desde 2011, o promotor Gilson Walmir Falcucci buscava na Justiça a desativação da cadeia que recebia homens, mulheres e até menores. “Não havia separação de sexo nem de menores. Todo mundo ficava preso no mesmo lugar”, afirma o promotor.

A falta de segurança no local também é nítida. No dia 1º de maio do ano passado, 14 presos fugiram da cadeia. Segundo a polícia, na hora do café, presos de três celas cerraram as grades e renderam o único agente que fazia a segurança do local. Na época, 52 detentos estavam na cadeia. Uma carta assinada por autoridades de Cássia e da região foi encaminhada para a Secretaria de Defesa Social do Estado, mas nada foi feito.

A partir de agora, quem for preso será levado para a delegacia, onde será feito o flagrante. Confirmando a prisão, o suspeito será encaminhado para presídios da região. Segundo a assessoria da Polícia Civil, em Belo Horizonte, ainda não se sabe qual será o destino do prédio onde funcionava a cadeia.

Cadeia de Cássia tinha diversos problemas de infraestrutura (Foto: Reprodução EPTV / Luciano Tolentino)