A pesquisa foi realizada em 266 municípios com mais de 100 mil habitantes, considerando fatores que podem levar à morte, jovens de até 24 anos de idade. O índice foi calculado com base em alguns indicadores como a taxa de homicídios entre os jovens, acidentes de trânsito, níveis de escolaridade, emprego, pobreza e desigualdade social na cidade.

De acordo com o comandante do 29º Batalhão da Polícia Militar de Poços, as políticas integradas de repressão qualificada e inserção social, desenvolvidas em parceria pelas polícias Militar e Civil e Prefeitura são fundamentais no índice alcançado pelo município. “Poços está absolutamente integrada a esse cenário, que integra repressão qualificada e ações que promovem a inclusão social”, destaca. Ele elencou iniciativa como o Programa Educacional de Resistências às Drogas (Proerd), Jovens construindo a cidadania e Jovem Cidadão, como exemplos de projetos que combatem de forma eficaz a violência entre os jovens.

“Temos investimentos substanciais do Governo do Estado e também da Prefeitura. Essa parceria integrada da Defesa Social no município, aliada às políticas públicas de inserção social, tem sido decisiva. Esta é a fórmula, estes são os ingredientes que fazem com que o nosso município seja destaque em todo o país. É um privilégio estar entre as dez cidades mais seguras para os jovens”, completa o comandante da PM.

Poços de Caldas tem Índice de Vulnerabilidade Juvenil de 0,252, mesmo número da cidade de Juiz de Fora, que é o quarto município menos violento para os jovens no ranking. O índice varia de 0 a 1, sendo considerada vulnerabilidade baixa até 0,3; média-baixa até 0,37; média até 0,45; média-alta até 0,5 e alta acima de 0,5.

O prefeito Paulo César Silva ressalta que várias iniciativas contribuíram para colocar o município entre as cidades menos violentas do Brasil, dentre elas os programas sociais de atendimento ao jovem. Segundo ele, a criação da Secretaria Municipal de Defesa Social, no início de seu mandato, foi uma decisão acertada e já gerou frutos, porque conseguiu agregar as iniciativas de segurança e unificar forças policiais no combate à violência.

O prefeito afirma que, ao contrário do esperado, com o crescimento da cidade, o respectivo aumento da violência não se concretizou. Ele ressalta, ainda, que o empenho e dedicação de todos os órgãos de segurança da cidade foram determinantes para a boa colocação do município. Segundo Paulo César Silva, no entanto, é preciso continuar investindo no setor. 

As cidades que registraram os menores índices de violência são: São Carlos (SP), São Caetano do Sul (SP), Franca (SP), Juiz de Fora (MG), Poços de Caldas (MG), Bento Gonçalves (RS), Divinópolis (MG), Bauru (SP), Jaraguá do Sul (SC) e Petrópolis (RJ).

De acordo com o levantamento, Itabuna (BA), Marabá (PA), Foz do Iguaçu (PR), Camaçari (BA), Governador Valadares (MG), Cabo de Santo Agostinho (PE), Jaboatão dos Guararapes (PE), Teixeira de Freitas (BA), Serra (ES) e Linhares (ES) são os municípios brasileiros com maior vulnerabilidade à violência contra os jovens.

Oportunidades

As oportunidades que o município oferece aos jovens, como capacitação profissional, atividades fora do horário de aula e oficinas de socialização, esportes, artes e cultura são fator preponderante na obtenção de resultados positivos no combate à violência.

O Plano Municipal da Juventude -PMJ -realiza, mensalmente, cerca de 30 mil atendimentos, em diversos projetos com braços nas secretarias de Educação, Esportes e Lazer, Saúde e Promoção Social. “É necessário ressaltar que não são 30 mil crianças , adolescentes e jovens atendidos, já que muitos participam de várias das ações oferecidas”, explica o coordenador do PMJ, Paulo Rezende.

Além disso, a Secretaria Municipal de Promoção Social mantém três frentes do Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem): trabalhador, urbano e adolescente, que oferece qualificação profissional, término dos estudos e experiências de participação cidadã a 1.300 adolescentes e jovens do município. O programa Jovem Cidadão, para a faixa etária de 15 a 17 anos, desenvolvido nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) nos bairros, contam com 250 participantes. Outros 70 jovens estão na Zona Azul, 60 cumprem medidas socioeducativas em projetos da secretaria e 610 são atendidos por entidades conveniadas com a Prefeitura, que oferecem atividades culturais e educativas.