PR está a um passo de fechar com Serra em São Paulo

Uma coisa a política ensina. A política nada ensina. Nem mesmo aos políticos. Prova-o o vaivém das coligações partidárias. A cada eleição, novas junções. No infinito dos arranjos, todas as paralelas se encontram.

Em São Paulo, desenrola-se um desses casos entre emblemáticos. Desprezado por Dilma Rousseff no plano federal, o PR está prestes a dar adeus ao candidato do PT à prefeitura paulistana, Fernando Haddad. Vai trocá-lo por José Serra, do PSDB.

Chama-se Valdemar Costa Neto o negociador do PR. É deputado federal e réu no processo do mensalão. Personagem de muitas encrenca$. Tricota com dois operadores de Serra: o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) e o prefeito Gilberto Kassab (PSD).

De Kassab, Valdemar já arrancou uma poltrona de conselheiro do tribunal de contas do município para o vereador Antonio Carlos Rodrigues (PR), primeiro suplente de Marta Suplicy (PT-SP) no Senado. Valdemar quer mais. E deve obter.

Nesta segunda (27), o morubixaba do PR paulista vai encontrar-se com o governador tucano Geraldo Alckmin. Quer saber que outras vantagens o PR leva em troca do tempo de tevê que oferecerá a Serra.

Afora o PR do mensaleiro Valdemar, dá-se de barato que o PP de Paulo Maluf apoiará Serra, fechando uma coligação que já inclui o PSD, o DEM e o PV. Noutros tempos, haveria espanto. Hoje, tudo é visto com hedionda naturalidade.

Na política, os maiores entendimentos se dão entre os desentendidos. Ninguém ignora o que representam Valdemar e Maluf. E todos cobiçam o apoio da dupla. Pelo tempo de tevê, faz-se da coligação uma corja de partidos.

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