Em uma reunião com a cúpula da igreja Católica nesta sexta-feira (27), em São João da Boa Vista, o bispo da diocese do município, Dom Davi Dias Pimentel, disse que o padre Celso Lucas Silva errou ao expor a imagem da santa que supostamente chorava sangue sem autorização da igreja. A imagem, que está exposta na Igreja de Nossa Senhora Aparecida de São Roque, no Marco Divisório, entre Poços de Caldas (MG) e Águas da Prata (SP), foi destruída no último domingo (22).

O bispo estava viajando e disse que só nesta quinta-feira (26) tomou conhecimento da repercussão do caso pelos jornais. De acordo com ele, em nenhum momento o padre Celso Lucas Silva informou à diocese sobre as lágrimas da imagem de Nossa Senhora das Dores, o que seria o maior erro dele. “Eu acho que o padre não deveria ter agido do jeito que agiu. Ele deveria ter consultado os superiores dele. Eu não estando, quem responde pela diocese é o vigário geral. Inclusive eu vi em recortes de jornal que eu tinha autorizado a exposição da igreja, mas como eu iria autorizar algo que eu nem sabia que estava acontecendo. Se ele falou isso, ele errou. Eu não autorizei nada”, disse.

Pimentel conversou com o vigário geral da diocese de São João, Monsenhor Orlando Aparecido de Souza Panaci, que havia visitado a paróquia em Águas da Prata, antes da igreja ser furtada e a cabeça da santa arrancada. “Eu falei para esperar o bispo chegar e ver o que vai fazer. Tenham cautela, não motivem, não levem isso para frente. Quem vier, deixar rezar”, disse.

A igreja continua aberta e a imagem foi montada, mas no lugar da cabeça foi colocada uma foto. A Polícia Civil de São João investiga o arrombamento da igreja e o sumiço do cofre, pra tentar entender o porque a imagem foi destruída.

Outro fenômeno
O padre Celso Lucas Silva já havia passado por Casa Branca (SP), em 2009. Fiéis contam que na época mais um fenômeno misterioso teria acontecido na paróquia em que ele atuava.

Segundo um deles, o padre teria levado à paróquia uma caixa com uma ossada que seria de uma santa e, dias depois, uma flor teria brotado de dentro caixa. “Ele trouxe ossos humanos e alegou que era de Santa Catarina. Eu pesquisei e descobri que não existem mais relíquias sobre ela. Ele disse que fez uma oração e nasceu um rosa nessa relíquia. No dia gerou uma confusão, porque algumas pessoas viram um arame que sustentava a rosa. No dia seguinte, retiraram a relíquia da paróquia. Não posso afirmar se foi uma fraude, mas eu me senti enganado por mexer com a minha fé”, disse.

O bispo Pimentel disse que não há motivos para desconfiar do padre e que vai aguardar o resultado das investigações. “Não tem problemas que possa nos colocar em dúvida ou então achar que ele é uma pessoa desequilibrada”, disse.