Senhora morreu após tomar relaxante muscular ao invés de vacina.
Três profissionais serão indiciadas por homicídio culposo.

Em Botelhos, o Ministério Público vai avaliar se o hospital onde uma senhora de 71 anos morreu em dezembro do ano passado após receber uma medicação errada poderá ser responsabilizado pela morte. O inquérito aberto pela Polícia Civil apontou que a mulher recebeu um relaxante muscular ao invés de uma vacina antitetânica.
A constatação foi baseada nos depoimentos dos envolvidos, já que o exame toxicológico realizado no corpo da aposentada não conseguiu apontar a presença da substância, provavelmente por causa do avançado estado de decomposição. Duas enfermeiras e uma técnica de enfermagem serão indiciadas por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar.
Para a polícia, as profissionais envolvidas admitiram que aplicaram brometo de pancurânio, um relaxante muscular de uso cirúrgico, mais conhecido como “Pavullon”, em vez de soro antitetânico. Uma delas pediu para que buscassem o medicamento, outra foi à farmácia do hospital e uma terceira envolvida aplicou a injeção.
A neta da mulher, Juciene de Carvalho Piedade, diz que a família está mais tranquila com a conclusão do inquérito. “Agora a justiça foi feita e minha avó não morreu em vão. Quem sabe isso que aconteceu não servirá de alerta para que não ocorra mais”.
Procurada, a direção do Hospital São José não quis se pronunciar sobre o assunto. A informação é de que duas das três profissionais envolvidas no caso continuam trabalhando normalmente.
O Caso
Geralda Conceição de Carvalho, de 71 anos, procurou o Hospital São José, em Botelhos(MG), no mês de dezembro, para receber um soro antitetânico depois de machucar o pé em um prego. Após receber uma injeção, ela foi liberada, mas passou mal na rua e retornou para a unidade de saúde onde morreu. O atestado de óbito apontou a causa da morte como trombose coronariana e pulmonar.


























