O sortudo de Carmo do Cajuru procurou a Caixa Econômica Federal na tarde de segunda-feira para retirar o prêmio de R$ 35 milhões da Mega-Sena da Virada. Ele é um dos cinco ganhadores a dividir o prêmio milionário. A bolada é suficiente para distribuir R$ 1 mil a cada um dos 20 mil habitantes do pequeno município do Centro-Oeste de Minas e ainda embolsar um “trocado” de R$ 15 milhões.
Mas o ganhador ainda é um anônimo para os moradores da cidade a 125 quilômetros de Belo Horizonte. “Só sei dizer que, desta vez, não fui eu”, garante o cajuruense Anderson Miguel dos Santos que em 2002 coordenou o bolão de 20 pessoas da mesma cidade que faturou o prêmio principal da Loto Mania, de R$ 1.940.000. Na partilha, foram R$ 97 mil para cada.
“Cajuru é pé-quente”, define Santos, sócio do pai no Bar do Seu Neném, localizado no Centro da cidade. Ele lembra que na época retirou o prêmio em uma segunda-feira e levou até sexta-feira para encontrar todos os participantes do bolão e dividir a quantia. “Quem administrava o bolão era eu. Tinha gente que nem se lembrava de ter jogado. Era o caso do Chico, que fazia hemodiálise. Com parte do dinheiro recebido, pagou um transplante de rim e está aí com a gente até hoje, 10 anos depois”, comemora o comerciante, que quitou a casa, comprou carro e investiu o restante do valor em oito lotes.
Depois da divulgação das seis dezenas da sorte, no último sábado (03 – 04 -29 – 36 – 45 – 55), passou a correr na cidade o boato de que o ganhador seria Andinho, apelido do Anderson, com outras quatro pessoas. Tal informação chegou a constar do blog de Carmo do Cajuru, mas foi desmentida com veemência pelo ex-ganhador. Já no domingo, o provável nome do milionário seria outro: primeiro Leo, trabalhador da construção civil, e depois, com mais força, os boatos apontava para Liu, funcionário da Mobiliadora Líder, na função de colador de sofás, com cerca de 40 anos, casado, dois filhos e um enteado. Toda semana, apostava dois cartões simples, de R$ 2 cada.
“Cajuru inteira está dizendo que foi ele e que, no sábado, ele teria chamados os irmãos, amigos e colegas para comemorar o prêmio no bar, na passagem do ano. Provavelmente pagou a conta, porque agora ele está podendo!”, comenta a dona de casa Cristina Rodrigues de Menezes, de 41 anos, ex-vizinha da família. “No domingo o rapaz desapareceu do mapa. Deve ter caído a ficha e ele ficou apavorado. A família passou a desmentir tudo”, afirma ela, que está torcendo para que seja ele mesmo. “Se for ele, o prêmio é merecido, porque é um homem trabalhador, assim como o pai dele, de origem humilde, com sete filhos, que batalhou a vida toda”, diz.


























