Motoristas tinham que pagar R$ 5 para economizar 12 km de desvio

O Bloqueio da BR-459, entre Pouso Alegre e Poços de Caldas, no Sul de Minas, tem trazido problemas para quem precisar utilizar a rodovia. Um desvio oficial foi criado pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) apenas para a passagem de veículos leves. Mas agora, um novo desvio, bem menor, foi criado por um proprietário de terras que ficam próximas ao trecho interditado. Passando pela área particular, motorista economiza 12 quilômetros de desvio, mas paga um pedágio de R$ 5. O problema é que agora o Dnit mandou fechar a passagem, o que irritou mais ainda os usuários. A pedido do órgão, valas foram feitas pela Prefeitura de Senador José Bento para impedir a passagem pelo sítio.

A propriedade fica em um morro, justamente entre o trecho interditado. Para quem viaja de Pouso Alegre ou Poços de Caldas sentido a Senador José Bento, são só 200 metros, enquanto o desvio feito pelo Dnit tem 12 quilômetros. Segundo o proprietário das terras, Rubens Pereira Martinês, depois que os motoristas descobriram essa possibilidade de caminho, ele foi obrigado a liberar a passagem. Ele diz que não cobrava pedágio para que os motoristas passassem pelo local, apenas uma “colaboração”.

Interdição

Desde o dia 26 de agosto, o trecho da BR-459, na Serra de Ipuiúna, teve que ser interditado por causa do risco de desmoronamento de um barranco sobre as pistas. Uma família precisou deixar uma casa que fica no terreno atingido. O imóvel está fechado e agora uma portaria publicada pelo Dnit tornou a área de “utilidade pública”, o que na prática, significa que o local será desapropriado. O órgão deve entrar com um pedido na Justiça Federal para ter a posse da área.

Segundo o Dnit, as valas foram feitas na frente da entrada das terras de seu Martinês porque o local é muito perigoso e ainda há risco de desabamento no trecho. O órgão também informou que a cobrança de pedágio era ilegal, mas que não podia tomar providências porque a área é particular.