Comandante da PM apresenta índices de criminalidades ao Legislativo

Por ANA PAULA RIBEIRO, anapaula@jornalosm.com.br

Na reunião ordinária DA Câmara Municipal de Itajubá do dia 10 de fevereiro, o comandante do 56º Batalhão de Polícia Militar (BPM), tenente-coronel Diovanny Ribeiro da Silva, usou a tribuna da Câmara Municipal de Itajubá, atendendo a um requerimento do vereador José Maria Mendes (PV) para falar sobre a segurança pública.

Na ocasião, Diovanny apresentou aos vereadores os índices de criminalidade em Itajubá e abordou a questão do menor infrator. “No ranking das cidades entre 70 mil a 100 mil habitantes mais violentas em Minas, Itajubá está em 18º lugar com 1,07 de crimes para um grupo de mil habitantes. Este índice no meio militar é tranquilo. A primeira cidade é Nova Lima com 3,26”, apontou.

Ele explicou que, tanto a Polícia Militar quanto a Civil, trabalham com um pacto de metas, acordo entre o Governo e as polícias. “Isso gera até um acréscimo adicional, prêmio de produtividade e é proporcional ao resultado. A Polícia Militar, nos últimos anos, bateu quase 80% da metas”, ressaltou.

Índices de criminalidade

Em 2010, a meta do 56º BPM, que atende Itajubá e as 15 cidades circunvizinhas, foi reduzir em 8% o crime violento, em 8% o crime contra o patrimônio e em 3% o homicídio e aumentar em 2% a apreensão de armas de fogo e em 8% as operações.

De acordo com Diovanny, o único indicador que a PM não conseguiu cumprir foi o de homicídio, que deveria diminuir de 11 para 10 casos. “Estava tudo certo, até o dia 13 de dezembro, iríamos cumprir a meta, mas tivemos um homicídio de uma mulher em bairro de periferia, por motivo fútil. Duas mulheres brigaram e o marido de uma delas contratou dois rapazes para executar a outra”, ressaltou.

Ele contou que um dos envolvidos com o homicídio estava com indulto de Natal e saiu do presídio para passar a data com a família. “Este ajudou o autor a executar a senhora; o que matou já cometeu um homicídio em 2009, não foi preso nem julgado ainda e matou de novo. Não queremos culpar pessoas, não é o melhor caminho; a segurança pública é um conjunto, mas é muito difícil controlar os crimes das ruas quando identificamos um criminoso perigoso e não temos ferramenta para tirá-lo de circulação”, apontou.

Quanto as outras metas, o comandante apresentou que o índice do crime violento era de 150 e foram registrados 147 casos; já o crime contra o patrimônio registrou 113 casos e a meta era de 123; também foram apreendidas 104 armas de fogo e realizadas 6.006 operações.

Em Itajubá, a PM registra uma queda de índice de criminalidade nos últimos três anos. Neste ano a queda é 13,7%, se comparado ao mesmo período de 2009. O tenente-coronel apresentou o número de ocorrências registradas em janeiro, que vão desde uma briga de vizinho ou perturbação de sossego a um crime contra o patrimônio. Seguem os números:

Ano
N° de ocorrências
2009 387
2010 358
2011 334

Diovanny também falou sobre os 16 assaltos realizados em janeiro deste ano. “Assustou a todos, mas é o mesmo número registrado em 2009. No ano passado, foram registrados sete, mas houve a inauguração do presídio”, disse.

Ele enfatizou que desses 16, seis foram cometidos pela mesma pessoa. “Esse assaltante não pode voltar para rua com tanta facilidade. Temos que dar prioridade nesses julgamentos. Muitas vezes, ele não foi julgado ainda nem condenado em última instância por nenhum dos seis roubos, e é réu primário. Aí se fala: Esse cara já virou freguês da PM, já cometeu vários assaltos, e é réu primário? Porque réu primário é aquele que nunca foi condenado”, expôs.

Diovanny afirmou que, para resolver esse problema, é preciso fazer um trabalho conjunto, um sistema integrado entre as polícias Militar e Civil, Ministério Público, Judiciário, Subsecretaria de Administração Penitenciária (Suape) e representante da comunidade. “Temos que sentar à mesa e buscar soluções. Iremos fazer audiência com todas as autoridades e discutir caso a caso;

é assim que vamos resolver os problemas, com políticas de segurança e não morrendo de trabalhar sozinho. Cada um cumpre o seu papel, mas não existe uma gestão integrada”, ressaltou.

Menor infrator

Diovanny relatou que a PM conseguiu prender em flagrante a quadrilha que assaltou um supermercado em dezembro passado e que, dos quatro autores, um era menor e já havia praticado outro assalto em 2009. Logo após o crime, o mesmo foi liberado. “O menor era o que estava armado e ameaçou a vítima. Ele está na rua; isso não é culpa de ninguém, é um problema do Sistema com a Lei”, salientou.

O comandante disse que a PM fez um projeto para instalação de um internato em Itajubá para reeducação de menores para atender o Sul de Minas, porém o mesmo não foi aprovado pelo governo estadual, e que agora, o 56º BPM fez um oficio, pedindo apoio político na esfera estadual para a construção desta unidade de recuperação.

Em negociação com a Suape, foram disponibilizadas vagas para Itajubá em Centro de Reeducação em outras regiões. “O problema disso é que o centro de reeducação mais próximo fica a quase 400 km de Itajubá; não temos nenhum centro no Sul de Minas”, informou.

Diovanny acredita que até o início de março, menores envolvidos em assaltos e homicídios serão enviados para esses centros. “Eles vão acreditar que existe penalidade. Apresentamos dados estatísticos e a Suape entendeu nossa necessidade para essas vagas, até que venha o centro de reeducação de menores”, finalizou.

 

FONTE:www.osuldeminas.com

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