Sul de Minas é destaque na educação

Cinco cidades do Sul de Minas estão entre as melhores do Brasil no quesito Educação Básica. Elas ocupam o topo do ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), elaborado a cada dois anos pelo Ministério da Educação (MEC) e divulgado na semana passada. Além do lugar de destaque na lista mineira, Claraval, Soledade de Minas e Gonçalves também figuram entre os dez municípios mais bem colocados no país, quando avaliado o período entre o 1º e o 5º anos. Considerando do 6º ao 9º ano, Jacuí e Tocos do Moji, na mesma região, aparecem entre os dez melhores do Brasil no Ensino Fundamental.

O Ideb leva em conta notas dos alunos em Português e Matemática, além de aspectos de infraestrutura das escolas. A nota varia de zero a dez. A média do Brasil em 2010 foi de 4,6 para os anos iniciais (até o 5º ano) e 4 para os anos finais (até o 9º ano). Em Minas, a média dos alunos nos anos iniciais ficou em 5,6, o melhor resultado entre os estados do país. Nos anos finais, a nota foi 4,3. O desempenho, porém, está abaixo do recomendado por organismos internacionais, que consideram 6 a nota mínima.

A meta, ainda um sonho para a maioria dos municípios do país, já é realidade entre os alunos dos anos iniciais nas pequenas Claraval (nota 8,2), Soledade de Minas (7,4) e Gonçalves (7,3). Nos anos finais do Ensino Médio, Jacuí (nota 6) já atingiu a meta, e Tocos do Moji (5,8) está quase lá. Um detalhe é a população reduzida destas cidades. As três primeiras têm 4.200 habitantes. As duas últimas, 7.200 e 3.900 moradores.

Em Claraval, 60 dos quase 300 alunos da Escola Municipal Professor Joaquim Borges, que fica no Centro da cidade, foram avaliados. A escola possui uma modesta biblioteca com pouco mais de mil títulos e uma sala de informática com 11 computadores. Para a secretária municipal de Educação, Rita Helena Alves de Freitas, esta vitória é da criançada, e deve-se a uma soma de fatores que inclui muito trabalho e comprometimento dos professores e dos demais funcionários da escola.

“Temos uma equipe boa, trabalhadora, motivada e sempre atenta às crianças. Aqui, se um aluno falta à aula, vamos atrás e procuramos a família para saber o que está acontecendo, porque educação é assunto muito sério para nós”, disse a secretária.


Na última quarta-feira, Rita Helena esteve pessoalmente na escola para cumprimentar a diretora Romélia Batista Cintra Prado, cada uma das professoras, as merendeiras e a criançada. “Vim dar os parabéns pela conquista deles e sobretudo reafirmar o compromisso de não amolecer. Ou seja, devemos continuar tão empenhados quanto antes, porque mais importante que ganhar esta nota é mantê-la ou até melhorá-la, se possível”.

Na mesma cidade, a Escola Professor Joaquim Prado atende crianças do 1º ao 5º ano e mantém um plantão pedagógico para quem apresenta dificuldades. “Foi algo que a gente implantou em 2009. O aluno que apresenta dificuldades em alguma disciplina é trazido para o plantão, onde pegamos firme com ele em aulas de reforço”.

De acordo com a secretária de Estado de Educação, Vanessa Guimarães Pinto, o bom desempenho de Minas já era esperado. A melhoria da educação pública, segundo ela, foi resultado de uma série de ações. “Fomos o primeiro estado do país a colocar todas as crianças de seis anos na escola. Além disso, temos nossa própria metodologia de avaliação, que nos permite traçar estratégias e atacar problemas com mais eficiência”, destacou.

Os municípios com mais habitantes da região Sul de Minas também se mostraram bem colocados na pesquisa. Passos obteve nota 6,1; Itajubá, 5,8; Poços de Caldas, Pouso Alegre e Varginha, 5,5 pontos cada uma.

Em Poços de Caldas, as escolas Mariquinha Brochado, Colégio Municipal, Nicolina Bernardo e Sérgio de Freitas Pacheco já atingiram a meta nacional esperada para o ano de 2021, que é nota 6. Já a rede municipal de ensino superou a média prevista pelo ministério nas duas faixas avaliadas: anos iniciais e finais do Ensino Fundamental. No 5º ano, a nota passou de 4,9, em 2007, para 5,5, em 2009, batendo a meta de 2011, que é de 5,4. Já no 9º ano, a avaliação de 4,5 chegou a 4,8 em 2009, superando a meta proposta para daqui a dois anos, que é de 4,5.

O Ideb foi criado em 2005 para medir a qualidade do ensino público no país e é calculado a cada dois anos, levando em conta as notas da Prova Brasil e os índices de reprovação. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) estabeleceu metas de qualidade que devem ser atingidas pelo país, estados, municípios e escolas. O objetivo é que a média nacional chegue a 6 pontos em 2021.

Esta entrada foi publicada em Geral. Adicione o link permanente aos seus favoritos.

Deixe um comentário