Audiência pública na Assembleia discute avanço do uso e tráfico da droga em Minas Gerais
Da Redação Jornal Hoje em Dia
Deputados, oficiais da PM e delegados da Polícia Civil discutiram o crescimento do tráfico de crack
O uso ou tráfico do crack está diretamente ligado a pelo menos 80% das ocorrências de furtos, roubos, tentativas de homicídio e homicídios. Essa é a conclusão a que chegaram deputados estaduais, oficiais da Polícia Militar e delegados da Polícia Civil do Estado. A constatação foi o principal ponto debatido na audiência pública realizada na tarde desta terça-feira (1º), no auditório da Assembleia Legislativa. A reunião serviu como preparativo para um grande evento que será realizado em agosto, na Casa, para discutir o tema e apresentar os números finais de um amplo levantamento que está sendo feito em todo o Estado. O objetivo é apontar estatísticas e recolher informações sobre o avanço das drogas, em especial do crack, em Minas Gerais.
O presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia, deputado João Leite (PSDB), afirmou que o trabalho parlamentar que está sendo feito no interior do Estado, onde já foram percorridos 15 municípios, com a realização de audiências públicas, para debater o avanço do crack, foi organizado no ano passado. Segundo ele, a série de reportagens publicada pelo HOJE EM DIA, em 2009, apontando o avanço do crack nas pequenas cidades e vilas de Minas, foi um dos motivos que o levaram a promover as viagens de estudos.
A audiência de ontem discutiu o trabalho desenvolvido pelas polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros junto à 1ª Região Integrada de Segurança Pública (Risp), em Belo Horizonte. Participantes abordaram as informações que apontam a diminuição dos índices de crimes violentos na capital. O coronel Nunes Pereira, comandante da 1ª Região da Polícia Militar, alegou que somente no Bairro Cabana do Pai Tomás, na Região Oeste, aconteceram, em 2003, mais de cem homicídios. No ano passado, segundo o oficial, teriam sido registrados cerca de 30.
O oficial não apresentou números oficiais, mas alegou que, na região da 1ª Área Integrada de Segurança Pública (Aisp), foram registrados, de janeiro a abril de 2009, 603 crimes de roubos. No mesmo período de 2010, esse mesmo tipo de ocorrência caiu para 383. O coronel atribuiu essa redução à integração das polícias.
A deputada estadual Maria Teresa Lara ( PT) informou que está trabalhando na elaboração de projetos para solicitar, no próximo ano, um aumento no orçamento para as entidades de tratamento e recuperação de usuários de drogas. Já Anthero Drumond Júnior, do Conselho Municipal Antidrogas de Belo Horizonte, disse que é necessário criar novas entidades de assistência. “Belo Horizonte, que necessitaria de mais de 90 centros desse tipo, possui atualmente apenas 19”, alegou Drumond. “Estamos assistindo ao aumento do crack, que é uma droga barata, de fácil acesso, que está matando”.
Ana Regina Machado, da Secretaria de Estado da Saúde, argumentou que não poderia falar sobre a necessidade de criação de novas entidades, porque não contava com informações sobre a rede de assistência para dependentes químicos existente em Minas Gerais.
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