Sacola jogada no Arrudas pode ter restos mortais de vítimas

O pastor Sidney Benjamin revelou ter sido incumbido de jogar no Rio Arrudas uma sacola, provavelmente com armas usadas no crime ou restos mortais das vítimas. Ele alegou não saber do conteúdo

Jáder Rezende – Repórter

CARLOS RHIENCK

Minas

Delegados Edson Moreira e Elenice Batista estão atrás do que seria o 8º membro da quadrilha

A captura do último integrante da quadrilha liderada pelo publicitário Frederico Costa Flores colocará um ponto final nas investigações do duplo homicídio ocorrido no dia 9 deste mês. O nome do oitavo integrante do bando foi divulgado nesta sexta-feira (23) pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil. O advogado Luiz Astolfo Sales Bueno, que se encontrava foragido até o fechamento desta edição, teve sua prisão temporária decretada pelo delegado Wagner Pinto, chefe da Divisão de Homicídios, que comanda as investigações. Após a captura de Luiz Astolfo, será finalizado e encaminhado à Justiça o inquérito sobre o forte esquema de extorsão, revelado com a execução e decapitação dos empresários Rayder dos Santos Rodrigues, 38 anos, e Fabiano Ferreira Moura, 36, no Bairro Sion, Zona Sul de Belo Horizonte.

O duplo homicídio aconteceu no dia 9 deste mês e foi delatado à polícia por um dos suspeitos, que temia morrer da mesma forma. O sétimo elemento, capturado nesta sexta, o pastor Sidney Benjamin, revelou ter sido incumbido de jogar no Rio Arrudas uma sacola, provavelmente com armas usadas no crime ou restos mortais das vítimas. Ele alegou não saber o que continha a sacola, afirmaram os delegados. Pastor Sidney também afirmou ter levado bilhetes e dinheiro para a ex-esposa Rayder, Tatiane Rodrigues, 35 anos, e prestou serviço de segurança e de motorista para a médica Gabriela Ferreira Correia da Costa, 26 anos, enquanto ela fazia transferência das contas das vítimas.


O chefe do Departamento de Homicídios da Polícia Civil, delegado Edson Moreira, informou que Luiz Astolfo seria o responsável por repassar a Flores informações sobre os empresários executados. “Esse advogado trabalhou para as duas vítimas e tinha conhecimento sobre esquemas de lavagem de dinheiro”, disse Monteiro.

Como recompensa por seus préstimos, Flores teria repassado a Luiz Astolfo um Citröen C-3, que depois foi abandonado em frente à casa de Rayder. Luiz Astolfo teria ainda ajudado a atrair Fabiano para o local onde os dois empresários foram executados. O veículo, ainda seguindo Monteiro, estava com documentação falsa. O veículo foi apreendido e levado para o Instituto de Criminalística.

Na manhã desta sexta, um outro automóvel que teria sido utilizado no crime foi apreendido, desta vez um Fiat Stilo azul, que pertenceria à mãe de Frederico Flores e estava em poder do cabo do 22º Batalhão, Renato Mozart, também preso com o bando.

O Fiat Stilo foi localizado em um estacionamento próximo à favela do Cafezal, no Bairro Serra, na Zona Sul, onde o policial morava. Dentro do veículo a polícia encontrou vários exames médicos de Flores. A mãe dele, Maria Isabel, será intimada a depor na próxima semana. Ela foi procurada pela reportagem, mas não foi encontrada.

 


Polícia crê que Astolfo esteja em BH

 


A delegada Elenice Ferreira, que também está envolvida nas investigações, informou ainda que Flores e Luiz Astolfo se conheceram na Faculdade de Direito. “Efetuamos buscas em vários endereços, mas não conseguimos localizá-lo. Acreditamos que ele ainda possa estar em Belo Horizonte”, disse. A reportagem tentou entrar em contato com os advogados de Luiz Astolfo, mas nenhum deles foi localizado.

O promotor do 2º tribunal do Júri, Francisco Santiago, disse que foi procurado nesta sexta por dois funcionários da clínica da médica Gabriela Ferreira Correia da Costa, 26 anos, médica e namorada de Flores, responsável pelas transferências de dinheiro das contas bancárias das vítimas. Caberia ainda a Gabriela ensinar práticas de tortura e esquartejamento ao líder do bando.

Segundo o promotor Santiago, o chefe do corpo clínico e uma psicóloga da clínica Help demonstraram apreensão e medo. “O médico disse que nunca se deu bem com Frederico e que não acreditava nele. Disse temer por sua vida e afirmou que os seis funcionários da clínica estavam à disposição da promotoria para quaisquer esclarecimentos”, disse.

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