Comércio do Estrela Dalva, em Contagem, continua fechado por ordem de traficantes

“A polícia vai embora, mas quem mandou fechar fica 24 horas. Nossa segurança é obedecer a ordem”, afirmou um comerciante que mantinha as portas fechadas

Fotos: Cristiano Couto

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Nem a presença da polícia tranquiliza os comerciantes do Estrela Dalva


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Intimidados por traficantes, comerciantes e moradores da região deixam ruas esvaziadas

Em pleno sábado, quando a maioria das famílias deixa para fazer compras para casa e resolver pendências que ficaram para trás durante a semana por causa do horário de trabalho, as principais ruas do Bairro Estrela Dalva, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), permaneciam desertas por conta do toque de recolher imposto por traficantes há oito dias.

Além do Estrela Dalva, os bairros São Mateus, Pedra Azul, Tijuca, em Contagem, e parte do Bairro Confisco, em Belo Horizonte, também foram afetados com a determinação dada depois da execução de Wanderson Roque Souza, 22 anos, e Marvel Ferreira Soares, 26 anos, assassinados com um tiro na cabeça na madrugada do último sábado (3).

Na manhã deste sábado (10), policiais do 18º Batalhão de Polícia Militar (BPM) continuavam patrulhando as ruas da região. Na praça do Estrela Dalva, principal ponto comercial do bairro, a cena que se via era de militares na base comunitária, dois garis varrendo a rua e algumas poucas pessoas aguardando o ônibus para irem trabalhar. Nas esquinas, alguns grupos se formavam espiando o trabalho da polícia, mas essas pessoas paravam de conversar quando a reportagem se aproximava. “Tá tudo tranquilo”, limitavam-se a dizer.

Apesar de as portas do comércio estarem fechadas, o dono de uma sorveteria esteve bem cedo na loja para, segundo ele, refazer os sorvetes. “Inauguramos um dia antes do toque de recolher. Não somos loucos de permanecer abertos. A polícia vai embora uma hora, mas quem mandou fechar fica 24 horas. Nossa segurança é obedecer a ordem”, afirmou. O comerciante, no entanto, não ousou abrir as portas da sorveteria. “Não quero errar com eles”, salientou. Ele disse ainda que os rumores dão conta de que o comércio somente será reaberto na segunda-feira (12).

De acordo com a capitã Daisy Ferrarezi, a noite de sexta-feira (9) e a madrugada de sábado (10) foram bem tranquilas nos bairros afetados. Os ônibus circularam normalmente, mas o posto de saúde que deveria estar aberto para a realização do Dia D contra o H1N1 não aplicou as vacinas. Durante toda a semana, ainda de acordo com a policial, a unidade de saúde permaneceu fechada. “Estamos aqui para garantir a segurança dos comerciantes que quiserem abrir. A eles nada vai acontecer”, garantiu a capitã.

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