Ministra da Casa Civil inaugurou o gasoduto da Petrobras em Jacutinga, que vai abastecer cidades do Sul de MG
Carlos Rhienck/enviado especial

Pré-candidata do PT, Dilma Rousseff poderá ter seu nome escolhido durante congresso nacional da legenda
JACUTINGA (MG) – A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à sucessão presidencial, inaugurou em Jacutinga, nesta sexta-feira (29), o gasoduto da Petrobras que abastecerá as cidades do Sul de Minas Gerais.
Embora com a ressalva de que ainda não é candidata oficial do PT, Dilma pontuou todo o seu discurso com promessas de campanha e admitiu o interesse em suceder o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“O presidente Lula precisa de um sucessor à sua altura e eu gostaria der ser essa sucessora”. A escolha do candidato petista para disputar a corrida presidencial deste ano só acontecerá entre 18 e 20 de fevereiro, durante o congresso nacional da legenda.
A ministra usou os “alagamentos” e a “falta de creches” para alfinetar a oposição. Desde o final do ano passado, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB) – seu provável oponente na corrida presidencial -, e o prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab (DEM), vêm recebendo críticas pela limitação do número de vagas nas creches e, principalmente, pelos estragos provocados pelas chuvas em todo o Estado.
Sem a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas bajulada por diversos prefeitos e aliados da região, a pré-candidata petista disse que a população não aceita mais o “conformismo” diante das calamidades.
A ministra chegou de helicóptero e debaixo de chuva ao ponto de entrega do gasoduto, instalado na área rural de Jacutinga, com uma hora de atraso. Sorridente, acenou para uma plateia de 50 pessoas, formada, basicamente, por prefeitos e seus vices, alguns deputados federais e estaduais, além de diretores e funcionários da Petrobras.
Após visitar as instalações da obra – parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – sob os gritos de “Dilma presidente”, a ministra antecipou que uma das prioridades do chamado “PAC 2” será a ampliação os investimentos em drenagem e construção de novas creches.
“A calamidade existe e nós não podemos nos conformar com ela. Temos de investir mais, por exemplo, em drenagem para evitarmos os alagamentos. E a questão da ampliação das vagas nas creches também é outra prioridade”, disse.
Ao longo de seu discurso, a ministra fez questão de relacionar a instalação do ponto de distribuição do gasoduto com a criação de novos empregos e o desenvolvimento das empresas da região. Questionada sobre o possível uso da cerimônia para reforçar sua pré-campanha no Sul de Minas, alegou que os temas estão “interligados” à questão da instalação do gasoduto na região, que concentra indústrias dos setores de alumínio, cerâmica e alimentos.
“Poderia falar sobre gás por duas horas. O assunto é uma das minhas paixões. Mas, acho que é do interesse das pessoas perceberem que isso faz parte de um quadro geral, que envolve o desenvolvimento social, educação, emprego, entre outros”, assegurou.
A ministra destacou que existe uma expectativa mundial com relação ao possível crescimento da economia brasileira acima de 5% neste ano, o que colocaria o país entre os cinco maiores do mundo. Segundo ela, a expectativa do Governo federal é a mesma, porém, acompanhada da melhora dos índices sociais.
“Ninguém respeita o país que deixa uma parte da população na pobreza. É uma lenda dizer que o povo não quer consumir. A meta desse Governo é fazer com que toda a população esteja no nível da classe média”, afirmou.
A ministra revelou que pode reduzir as viagens com o do presidente Lula, em função da crise de hipertensão que ele teve na noite de quarta-feira, no Recife (PE). “Não há dúvida de que preservaremos a saúde do presidente. Vamos reduzir a sequência de agendas pesadas se quisermos a presença dele. Agora, todos conhecem o presidente. Ele não consegue ficar parado”, ressaltou a ministra, que não quis comentar suposta crise entre PT e PMDB por causa da indicação do nome do presidente da Câmara, Michel Temer (SP), para vice em sua chapa. “Acho que cautela e canja de galinha não faz mal a ninguém. Sou mineira, né?”.

























