Um desabafo

Algumas pessoas acham que o que escrevemos aqui, não tem muita importância, que é mal escrito, não somos cultos, que “estrupamos” a Língua Portuguesa entre outros pensamentos maldosos.

Nossas matérias são escritas com sinceridade, utilizando o conteúdo que nós “trabalhadores voluntários” em prol de nossa cidade realizamos e possuímos, nada além disso.

Escrevemos o que sabemos, porém pensamos bem antes de escrever qualquer coisa. Pesquisamos, nos informamos, tentamos ser imparciais e independentes e é sobre esse ponto que senti vontade de escrever hoje, no dia que completamos os 200.000 acessos e na semana da desgraça no Haiti.

Pesquisando melhor para poder escrever a humilde reportagem anterior sobre como podemos ajudar o Haiti vi uma “onda” de propagandas e chamadas mostrando como os países mais ricos estão sendo bonzinhos ajudando o Haiti, mandando dinheiro para lá. Entretanto poucas pessoas pesquisam mais a fundo e conseguem enxergar o outro lado da moeda.

O Haiti possui uma dívida externa bilionária, mais precisamente $1.248.000.000 em 2008. Os juros de um valor como este são inimagináveis e o saldo mensal ou anual deste país nunca será suficiente para pagar tal dívida. Todo saldo positivo alcançado no país pagam apenas os juros mensais dela, que após o ocorrido não tem como ser paga. Já que o país está destruído e precisará de muito mais que isso para se reconstruir.

Contudo a questão ainda não é essa. A questão é que o dinheiro enviado pelos países mais ricos não serão suficientes nem para começar a pagar os juros da tal divida, quem dirá ela inteira. Ajudar nesse momento se torna fácil, sabendo que o dinheiro voltará em forma de juros.

Aí chego à minha conclusão. Ao invés destes países fingirem ser bonzinhos, eles poderiam ajudar, primeiramente perdoando a dívida externa ou os juros dela e juntamente com essa medida, mandar soldados e médicos para trabalhar ao invés de ficar mandando soldados para guerras capitalistas. Posteriormente milhares de medidas podem ser tomadas para realizar e reconstrução do país.

Não desmerecendo, alguns países perceberam que essa é a melhor maneira de ajudar e começaram o processo para acelerar o perdão da dívida externa haitiana como é o caso do Clube de Paris, grupo de credores que reúne países ricos como Bélgica, Canadá, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Holanda, Espanha, Reino Unido e EUA que juntos tinham a receber um valor de US$ 62 milhões.

Ontem, entretanto, minhas preces foram atendidas (pela metade), quando “O Banco Mundial anunciou nesta quinta-feira a suspensão do pagamento da dívida do Haiti por cinco anos, enquanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) disse que seu empréstimo proposto ficaria isento de juros até 2011 para ajudar o país a se reconstruir.”

É um começo, entretanto, como o país pagará o resto da dívida é uma incógnita.

Que minhas preces continuem a serem atendidas e no momento elas são que os países ricos não pensem que isso basta e continuem ajudando no resgate, policiamento, distribuição de alimentos e reconstrução do país. Não somente os países, mas também os cidadãos.

Muito Obrigado a todos por agüentarem todo o desenrolar desse desabafo e que isto sirva como ponto de discussão.

Um abraço a todos, José Portugal