Cenário é de “guerra, lama e destruição”, diz empresário em Paraitinga
Vanessa Teodoro
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O tradicional Carnaval de rua de São Luiz do Paraitinga foi adiado em decorrência do estrago causado pelas chuvas do dia 1º, que deixaram um morto e cerca de 2.000 famílias desabrigadas.
“Ninguém pensa nisso, falar em Carnaval parece uma heresia. Estamos de luto”, comenta o empresário Paulo Albano à respeito do cancelamento da festa.
Albano, diretor de uma produtora de vídeo, trabalha e mora na Vila Madalena, na zona oeste de São Paulo, mas tem uma casa em São Luiz do Paraitinga, onde está construindo uma pousada no mesmo terreno.
“A água já baixou na cidade. Mas o que temos é um cenário de guerra, com muita lama e destruição”, relata.
Segundo Albano, seu terreno não foi atingido pela água, pois fica em um trecho mais alto, a 300 metros da rodoviária do município, que está submersa.
Ele frequenta a cidade em temporada de férias e nos feriados desde 1984, quando se encantou pelo carnaval tradicional da cidade.
No momento dos desmoronamentos, o empresário estava dentro de sua residência, de onde pode ouvir a destruição. “Era um barulho muito forte. A gente subiu em pontos altos e pode ver muita fumaça e poeira”, comenta.
Apesar do sofrimento das famílias, ninguém está passando necessidade, segundo ele, porque estão sendo feitas muitas doações de mantimentos e roupas. “Há uma corrente muito forte de solidariedade. A cidade é muita querida pelas regiões vizinhas”, explica.
Albano diz que o centro histórico foi o mais afetado, e muitas famílias estão abrigadas em casas de vizinhos ou saíram da cidade.
“O que me causa apreensão é como vai ficar a situação dos atingidos no momento em que a comoção passar, pois a cidade vai precisar de ajuda por pelo menos um ano”, ressalta.
Ele e sua mulher, Cristina Pastorello, consultora de educação corporativa, permanecem no município e preparam alimentos doados em sua casa, pois muitas famílias perderam tudo e não têm como cozinhar os mantimentos que recebem.
A comida é levada aos postos de distribuição, onde é repassada para as famílias desalojadas e desabrigadas.

























