Festa de 2010 acabou suspensa após destruição causada pelas chuvas.
Município paulista ‘parece cenário de guerra’, afirma diretor de turismo.
Juliana Cardilli e Luciana Bonadio Do G1, em São Paulo

Estragos provocados pela chuva em São Luiz do Paraitinga (Foto: Lucas Lacaz Ruiz/AE)
Pela primeira vez desde 1981, São Luiz do Paraitinga não terá o tradicional carnaval de rua que arrasta milhares de turistas ao município localizado a 182 km de São Paulo. A festa deste ano acabou cancelada por causa da destruição provocada pelas chuvas, que arrasou o centro histórico da cidade. Segundo o diretor municipal de turismo, Eduardo de Oliveira Coelho, o prejuízo estimado com o cancelamento é de mais de R$ 20 milhões.
“O carnaval traz para a cidade mais de R$ 20 milhões em receita. O município deve deixar de ganhar isso este ano. Não há condições de realizar o carnaval”, disse Coelho ao G1 na segunda-feira (4). O faturamento estimado de R$ 20 milhões ocorre em pousadas, restaurantes, comércio de bebidas e transporte durante este período.
O carnaval em São Luiz do Paraitinga é um dos mais tradicionais do estado. Durante a festa de 2009, pelo menos 26 blocos desfilaram pelas ruas, arrastando atrás dos carros de som milhares de pessoas cantando marchinhas. Cerca de 180 mil visitantes estiveram no município nos quatro dias de folia. A cidade tem cerca de 10,9 mil habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o diretor de turismo, 40% das vagas disponíveis em pousadas e casas de aluguel já estavam reservadas para 2010. A procura costumava ser maior durante janeiro. No total, a cidade tem 20 pousadas e cerca de 300 casas de aluguel. Coelho diz que a maioria das pousadas fica fora do centro histórico. Por isso, elas não foram danificadas. Os desfiles dos blocos, porém, ocorrem nas ruas da região mais afetada pela chuva.
Carnaval de 2009 no município paulista (Foto: Arquivo/Carolina Iskandarian/G1)
O diretor diz que será feita uma reunião para definir o procedimento em relação às reservas já feitas. Os donos de pousadas e estabelecimentos comerciais também irão discutir o futuro do carnaval no município, que pode estar ameaçado pela destruição. “É muito cedo, as pessoas vão se reunir, levantar as possibilidades”, disse.
A prioridade, no entanto, é garantir o retorno seguro dos moradores às casas. Cerca de 4 mil pessoas ficaram desabrigadas ou desalojadas no município. “Primeiro, será feita a avaliação das casas, para que os moradores possam voltar. Depois, vamos começar logo o processo de reconstrução de igrejas, capelas, casarões”, afirmou. “Se olhar a cidade, parece um cenário de guerra.”

























