Em entrevista o treinador fala sobre os planos para o Atlético, o elenco atual, mudanças no time e até sobre o Cruzeiro
Treinador chegou a Belo Horizonte e foi recepcionado festa pela torcida
Sonho antigo dos torcedores alvinegros, o técnico Vanderlei Luxemburgo, que já conquistou cinco títulos do Campeonato Brasileiro, foi apresentado oficialmente pelo Atlético. Em sua primeira entrevista como treinador do Galo, Vanderlei deu uma boa notícia.
O atacante Diego Tardelli vai permanecer no clube na próxima temporada. O novo treinador do time mineiro desembarcou em Belo Horizonte no início da tarde desta quarta-feira(09) no Aeroporto da Pampulha, em jato fretado, onde foi recepcionado por dezenas de torcedores.
O mesmo ocorreu na Sede de Lourdes. Após assinar o contrato e conversar com os jornalistas, Luxemburgo chegou até à janela e foi, mais uma vez, ovacionado pelos torcedores. O treinador deve voltar para São Paulo ainda hoje e retorna no início de 2010. A reapresentação dos jogadores está prevista para o dia 5 de janeiro.
A volta a BH
É um prazer voltar a Belo Horizonte, ao estado de Minas novamente, onde ficou marcado um trabalho muito bonito. Estou feliz de voltar a esta cidade. Tenho muitos amigos aqui e conquistei resultados muito positivos.
O convite
Este namoro do Atlético e Luxemburgo já vinha de muito tempo. Nas outras vezes em que tivemos a oportunidade sempre conversamos, não chegamos a concretizar. Eu tinha acertado com o Marcelo Teixeira (presidente do Santos) que se ele continuasse na presidência a gente ia discutir a renovação. Como a oposição ganhou fiquei aberto a negociações.
As propostas
Tinha propostas do exterior, que não me atraía porque trabalhar a 30 graus abaixo de zero não é fácil para um carioca, do Internacional e do Atlético. O Kalil foi conversar comigo e me mostrou o projeto. Eu já havia estado duas vezes na Cidade do Galo, com o Santos e Palmeiras, e conhecia a estrutura. O centro de treinamento do Atlético é um dos melhores da América do Sul. O CT é o coração do clube. E também a credibilidade que o Atlético readquiriu com a chegada do Kalil. Conversei com muitos profissionais que passaram por aqui e todos me falavam isso. Outra coisa é a busca da grandeza que o Atlético sempre tem. Como um clube grande, o Atlético não pode se dar ao luxo de achar que vai participar de uma competição para não ganhar ou para chegar próximo. A ambição dos torcedores e de quem dirige ao Atlético tem que estar sempre viva.
O Atlético 2009
O Atlético neste ano brigou na elite do futebol brasileiro. Não ganhou o título porque só um ganha e não foi para a Libertadores porque vão apenas quatro. Mas o time brigou, buscou o seu espaço. Não que o Campeonato Mineiro seja rural, mas pela grandeza do Atlético tem que pensar em Copa do Brasileiro, Campeonato Brasileiro e Libertadores.
Os projetos
Sou um homem de projetos. Não existe nada na vida sem projeto. Tenho 57 anos de idade e estou há 44 no futebol e sempre cobrei dos dirigentes que eles precisavam ter projetos. Meu contrato com o Atlético começa no dia 1º de janeiro. Tenho um projeto de dois anos com o Atlético, onde eu vou ganhar sim. Isso eu não tenho dúvida. Alguma coisa de muito boa vai acontecer para o Atlético. O que eu não tenho é obrigação de ganhar logo a primeira competição.
Cheguei ao Cruzeiro e não ganhei o primeiro campeonato. A tríplice coroa foi um projeto. Um campeão você constrói na derrota também. A derrota pertence ao futebol. O importante é perder muito menos que ganhar. Minha história é de 80% de vitória e 20% de derrotas. Quando eu perco, eu procuro amadurecer. A proposta do Atlético se encaixa no eu perfil. Tenho quatro fatores que são fundamentais para vencer: disciplina, união, trabalho e profissionalismo. Não tenho dúvida de que vou ganhar. Minha vida foi de vitória.
Mudanças no time
Temos que ver os atletas que vão continuar e os que estão com contratos vencendo. Mas este assunto é interno. O mercado hoje é rápido. Se eu falar que vou contratar o jogador passa para R$ 1 milhão. Se a gente falar que vai liberar cai para R$100. Então tratamos internamente.
O Cruzeiro
Conheço bem a rivalidade. Isso tem em todos os lugares. Se eu quisesse assumir o Atlético para dar o troco no Cruzeiro não estaria aqui. Estou no Atlético pela grandeza do Atlético. Saí de lá por causa de divergência com a diretoria e todo mundo sabe disso. Dirigentes são dirigentes, o clube é o clube. Quando eu estava no Cruzeiro queria passar por cima do Atlético. Agora estou aqui e quero passar por cima do Cruzeiro.
Jogadores caros
Isso não é verdade. Fui campeão com o Bragantino. Ninguém lembra disso. Sou treinador que procuro revelar jogadores para que eles possam se valorizar. Não trato futebol com radicalismo. Trato com a comissão técnica e a diretoria. Sento para discutir com os dirigentes a gestão do futebol. O presidente me entregou o futebol porque confia em mim. Senão não teria ido me buscar. Mas não vou ser arbitrário. Vou falar com o presidente o que vou fazer porque não sou dono do clube
Renan Oliveira
Estes jogadores que são promessas às vezes são lançados precocemente quando ainda não estão preparados. São obrigados a assumir uma responsabilidade muito cedo. Jogador como o Pelé não surge todo dia. Eles têm que ser lançado aos poucos. Temos que ver toda a estrutura para depois lança-los.
Candidatura a Senador
Se eu assumi um contrato de dois anos com o Atlético seria uma iresponsabilidade muito grande. Eu não sou irresponsável. A resposta está dada.
Alto salário
Tem muitas especulações. Daí ser verdade é outra coisa. Sou muito bem remunerado, sim. A empresa contrata profissional de resultado. O profissional que dá retorno este salário não representa nada. Minha relação de custo benefício eu tenho certeza de quem está me contratando sabe que vai ter retorno. Minha carreira é vitoriosa. Isso não é especulação.
Diego Tardelli
Ele vai ficar. Eu já conversei com o Kalil. Ele quer ficar e eu quero que ele fique. O Tardelli não sai. O clube precisa de um ídolo. É ele que vai nos ajudar a buscar coisas maiores. Ele é nosso carro-chefe.
Ricardinho e Júnior
Fazem parte do elenco do Atlético. O Ricardinho foii um jogador que eu trouxe para o Paraná, depois levei para o Santos. Ter jogadores campeões ao lado é sempre muito importante. É o mesmo caso do Júnior. Você precisa ter uma base para ensinar o caminho das pedras. Se ele não aguenta jogar três partidas direto, joga uma. Na Europa é assim
Tríplice Coroa
Por que não. Estamos trabalhando para ganhar títulos. Claro que é um objetivo. Só não podemos prometer tudo. Vamos prometer muito trabalho.

























