Participantes do protesto dizem que só saem do plenário quando forem atendidos
MARCELLO CASAL JR/ABR

‘Arruda na Papuda’ foi a palavra de ordem, com direito a caixão
Cerca de 500 manifestantes que invadiram à força o prédio da Câmara Legislativa do Distrito Federal exigindo a renúncia do governador José Roberto Arruda e do vice, Paulo Octávio, estão reunidos no plenário da Casa e afirmam que só se retiram do local quando sua reivindicação for atendida.
Arruda e Octávio, ambos do DEM (Democratas), são acusados de comandar um esquema de corrupção em que estariam envolvidos também deputados distritais, secretários do governo e empresários.
Os 150 manifestantes que chegaram primeiro à Câmara quebraram a porta principal (de vidro) e a porta do plenário (de madeira). Os dois seguranças não resistiram. À medida que passam os minutos, o número de invasores aumenta. Entre eles há sindicalistas de várias categorias, estudantes e militantes de partidos como o PSOL.
Os manifestantes entraram carregando um caixão que, dizem, simboliza o enterro do governador Arruda. Dentro do caixão, há um homem com uma faixa em que está escrita a palavra “governador”. Eles usam megafones e gritam “Arruda na Papuda” – uma referência ao Presídio da Papuda.
Gritam também “Pê Ó no xilindró”, em referência a Paulo Octávio. Afirmam que ficarão acampados no plenário da Câmara como fizeram na Universidade de Brasília (UnB) os estudantes que foram o então reitor, Timothy Mullholand, acusado de corrupção, a renunciar ao cargo.
Além do caixão, os manifestantes depositaram no plenário uma caixa de madeira que dizem ser uma “caixa de Pandora” (nome da Operação da Polícia Federal que investiga o esquema de corrupção). Na caixa, está escrito “DEM” e uma tradução: “Dinheiro escondido na meia.

























