Médico que bebeu e matou doméstica será ouvido no dia 11

Advogados de motorista tentarão convencer Justiça de que perseguição da Polícia Militar teria motivado a fuga de Fellipe Ferreira do Valle

Celso Martins – Repórter Jornal Hoje em Dia

CARLOS ROBERTO

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Fellipe do Valle chorou ao ouvir, no Tribunal do Júri, depoimentos de testemunhas

Os advogados do médico Fellipe Ferreira do Valle, 29 anos, suspeito de dirigir embriagado e de atropelar e matar a doméstica Luiza Rodrigues Fernandes, 65 anos, no dia 16 de setembro deste ano, vão tentar convencer a Justiça de que a perseguição da Polícia Militar foi o que motivou sua fuga desastrada pela ruas do Bairro Prado, na Região Oeste de Belo Horizonte. O médico foi nesta segunda-feira ao 1º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette para acompanhar depoimentos de testemunhas de defesa e de acusação do processo.

Fellipe do Valle está preso na Penitenciária Nélson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana da capital. Ao chegar ao fórum, o médico estava algemado e entrou com um pano na cabeça. Ele permaneceu de cabeça baixa e chorou no início dos interrogatórios e, já sem as algemas, não largou a mão da mãe.

Fellipe do Valle será ouvido pela juíza Maria Luiza Andrade Rangel, no dia 11 de dezembro. Somente depois do interrogatório é que a magistrada vai decidir se o médico vai a júri popular ou se será indiciado por homicídio culposo (sem a intenção de matar).

O soldado Jeferson Vasconcelos da Silva, que foi atropelado pelo médico durante a fuga, disse que atirou no pneu traseiro do carro de Fellipe do Valle depois que ele atropelou, na calçada, Luzia Rodrigues. Ele saiu da Praça Raul Soares por volta das 7 horas, fugindo dos agentes da BHTrans e da Polícia Militar. “Mesmo com o pneu do carro furado, ele bateu em outro veículo, feriu três pessoas e, depois, bateu em um poste”, lembrou o militar.

Conforme o inquérito da Polícia Civil, Fellipe do Valle se recusou a fazer o teste do bafômetro e não aceitou realizar exame de sangue para comprovar ou descartar a embriaguez. Nos depoimentos à delegada Cláudia Nacif, responsável pelo inquérito, o médico alegou que falaria somente em juízo.

Após sair de uma boate na Praça Raul Soares, Fellipe do Valle percorreu cerca de dez quilômetros fugindo da PM, por cerca de 12 minutos. As testemunhas de defesa tentaram convencer a juíza Maria Luiza Rangel que o médico era uma pessoa boa, dedicado à profissão e à família e nunca se envolveu em confusões.

Um dos interrogados foi Ricardo Horta Miranda, convocado pelos advogados do médico. Se for condenado por homicídio doloso (com intenção), nos artigos 121 (homicídio) e 129 (tentativa de homicídio), ele poderá ser condenado de seis a 12 anos de prisão.

Fellipe do Valle, que teve a Carteira de Habilitação apreendida, responde a inquérito administrativo no Detran que poderá resultar na cassação por um ano do direito de dirigir. Ele teve o pedido de libertação negado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

O promotor do 1º Tribunal do Júri, Francisco Rodrigues Barbosa Campos, está confiante que o médico irá a júri popular, em função das provas apresentadas pela PM. “Mesmo sabendo do risco de atropelar pessoas num dia movimentado, ele saiu em alta velocidade, pondo em risco a segurança de várias pessoas”, alegou.

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