Fotos: MAURÍCIO DE SOUZA

Toneladas de alimentos estragados foram apreendidas pela PM e Vigilância Sanitária

 

Latas de leite em pó foram descobertas em um grande galpão no Santo André

 

Galpões tinham ratos, esgoto aberto, mofo e uma infinidade de latas enferrujadas

Fiscais da Vigilância Sanitária da PBH e militares do 34º Batalhão da Polícia Militar descobriram nesta quinta-feira (5) dois depósitos de propriedade de um homem identificado como Lindinalvo de Queiroz Mota, 36 anos, contendo alimentos deteriorados e impróprios para o consumo.

Segundo a polícia “Lero Lero”, como é mais conhecido Lindinalvo, estaria mantendo galpões e depósitos clandestinos no Bairro Santo André, na Região Noroeste da capital desde 2005.

Em duas diligências acompanhadas por militares do 34º BPM, os fiscais voltaram a fechar dois depósitos que continham cerca de sete toneladas de alimentos podres e com datas de vencimento ultrapassadas, materiais para limpeza e de higiene. Esses produtos estragados, segundo informaram oficiais da Polícia Militar, eram vendidos a moradores dos bairros Santo André e São Cristovão, principalmente da Pedreira Prado Lopes.

Ratos vivos e mortos, esgoto aberto, mofo e uma infinidade de latas enferrujadas contendo alimentos e até leite em pó foram descobertos em um grande galpão localizado na Rua Popular, 95, no Bairro Santo André, que seria de responsabilidade de Lindinalvo de Queiroz. No local foram retiradas com uma pá carregadeira, mais de três toneladas de comida contaminada.

Em seguida, os fiscais e a PM se deslocaram para a Rua Mendes de Oliveira, 417, no mesmo bairro, onde mais de duas toneladas de alimentos estragados e produtos de limpeza e higiene eram estocados em um pátio, grande parte a céu aberto. Nesse último local a polícia foi informada de que “Lero Lero” e outras pessoas que trabalhavam para ele lavavam e limpavam embalagens, rótulos e latas de produtos com datas vencidas para melhorar o aspecto desses produtos e apagar as datas de vencimentos estampadas pelos fabricantes.

Lindinalvo foi detido e conduzido para o 7º Distrito Policiail para ser ouvido em cartório. Contra ele pesam outras denúncias.

O gerente distrital da Vigilância Sanitária da Regional Noroeste da PBH, Maurício da Silva Bastos, que chefiou as diligências, afirmou ainda que “Lero Lero” não possuía alvará para manter esses galpões e não pagava nenhum tipo de imposto, além de utilizar a mão-de-obra de dois adolescentes, um de 16 anos e outro de 13, no depósito da Rua Mendes de Oliveira. Lindinalvo não possui nenhum antecente criminal.

Segundo denúncias, as pessoas interessadas nos produtos chegavam diante dos galpões, batiam no portão e eram atendidas rapidamente, para evitar a curiosidade popular. Apesar deste cuidado, milhares de moradores dos bairros Santo André e São Cristóvão, principalmente do aglomerado da Pedreira Prado Lopes conhecem as atividades ilegais de Lindinalvo.