Destinação de entulho fica até 600% mais cara em Belo Horizonte

Prefeitura fecha Aterro Sanitário para o material a partir de sexta-feira (30)

 

 

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Retirada de 22 toneladas de entulho no Santa Efigênia subirá de R$ 280 para R$ 600

A partir de sexta-feira (30), o Aterro Sanitário de Belo Horizonte, no Bairro Califórnia, na Região Noroeste, deixará de receber entulho da construção civil. Atualmente, 1.200 toneladas de restos de obras e de demolições são enterradas diariamente.

 

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) cobra R$ 3,50 por tonelada, mas esse preço pode aumentar 600% com a ausência de espaço na capital para a destinação do entulho. No Aterro da Vital Engenharia, em Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), por exemplo, o custo da tonelada é de R$ 22.

 

O caminhoneiro autônomo José Carlos de Souza, 42 anos, afirma que o custo de transporte e retirada do entulho da construção civil das ruas vai aumentar pelo menos 100% com a decisão da prefeitura de não receber mais o material. “A despesa maior será para as pessoas que vão fazer pequenas reformas em suas casas”, alertou.

 

A retirada e transporte de 22 toneladas de entulho da construção civil do Bairro Santa Efigênia, Leste da capital, até o Aterro Sanitário de Belo Horizonte custa R$ 280. Na Vital Engenharia, essa despesa é de R$ 600, incluindo o frete cobrado pelas empresas e caminhoneiros autônomos.

 

O lixo doméstico produzido em Belo Horizonte é levado para o Aterro Sanitário de Sabará desde janeiro de 2008. São 4.200 toneladas por dia transportadas em caminhões. As prefeituras de Nova Lima, Raposos, Confins, Pedro Leopoldo e Sabará também destinam os resíduos sólidos no aterro da Vital Engenharia. A Prefeitura de Ibirité, na RMBH, também está negociando o envio do lixo do município para Sabará. O custo da tonelada seria de R$ 45.

 

Em 2007, a Prefeitura de Belo Horizonte iniciou negociação com a Prefeitura de Esmeraldas para que o lixo doméstico da capital fosse jogado em um aterro construído pelo município vizinho. As negociações estão em andamento, mas o terreno ainda não foi escolhido. Em contrapartida, Esmeraldas não teria nenhum custo para aterrar o lixo produzido pelos seus moradores.

 

O Aterro Sanitário de Belo Horizonte é usado, atualmente, para o transbordo do lixo doméstico que é recolhido nas avenidas e ruas da capital. Ele também recebe o lixo hospitalar. Uma das propostas da PBH é transformar a área em um parque público. Para que isto ocorra, terá que ser feito o tratamento do solo e o plantio de árvores.

 

O gás produzido pelo aterramento do lixo também poderá ser usado pela iniciativa privada para gerar crédito de carbono – compensação financeira pela captura de gases que iriam para a atmosfera, podendo agravar o efeito estufa.

 

O superintendente do Serviço de Limpeza Urbana da capital (SLU), Luiz Gustavo Fortini, não foi encontrado para falar sobre o assunto. A assessoria de imprensa do órgão alegou que ele estava em reunião e só poderia dar entrevista na quarta-feira (28). O superintendente foi procurado desde segunda-feira (26).

 

JORNAL HOJE EM DIA

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