Livros em Braile têm pouca procura

A cidade tem cerca de 90 deficientes visuais. A maioria não sabe usar a técnica
A Biblioteca Municipal possui 390 obras cadastradas entre didáticos e literatura. Os primeiros exemplares chegaram em 2006, após o cadastramento pela Fundação Dorina Nowill para Cegos, de São Paulo. Segundo o chefe de Seção da Biblioteca Gustavo Soares Ferreira Novo, desde o início a procura por esse tipo de livro foi pequena. Ele acredita que a falta de divulgação possa ser um dos motivos. “Acredito que muitos não têm conhecimento de que a biblioteca disponibiliza deste material. Acho que poderia ser mais divulgado”.
De acordo com a professora de braile Elaine Guimarães Gonçalves o problema vai muito além da falta de divulgação. Na cidade são poucos os deficientes visuais que sabem ler braile. Há quatro anos ensinando a técnica, ela conta que já teve 25 alunos e agora apenas um continua no curso. “Existe um material vasto em braile, mas os deficientes não conhecem a técnica. É como aprender qualquer outra matéria. É necessária muita dedicação. E o que acontece é que muitos têm problema de locomoção. Quando comecei a ensinar braile eu costumava buscar meus alunos em casa. Quando deixei de fazer isso, muitos desistiram”.
Aluna de braile há cinco meses, Dinalva Vieira da Silva conta que, junto com o aprendizado, veio também a independência. O problema é que Pouso Alegre ainda oferece muitas barreiras para pessoas com deficiência. “Não é apenas nos estudos que encontramos problemas. A falta de acessibilidade ainda é muito grande em todas as áreas”.Faculdade de Direito

Além da Biblioteca, a Faculdade de Direito também possui material específico para pessoas com deficiência visual. São 31 cds áudio/livro com vários módulos e um computador com um programa virtual específico. Para a bibliotecária Divana Josaphat a aquisição deste material possibilita que os deficientes também possam fazer o curso. “É importante que eles saibam que têm as mesmas condições de fazer qualquer curso, para isso, precisamos dar a eles condições de aprendizado”.

Câmara MunicipalA Câmara Municipal de Pouso Alegre também possui exemplares em braile. São duas Constituições doadas pela Associação Brasileira das Escolas do Legislativo e que, hoje, compõem o acervo da Escola do Legislativo “Professor Rômulo Coelho”, da cidade. “O material pode ser consultado por qualquer cidadão”, explicou a coordenadora da Escola Madu Macedo. A Câmara Municipal de Pouso Alegre foi a primeira no Estado a receber a Constituição em braile.

Imprensa FaladaEm constante luta pelos direitos dos portadores de deficiência, o vereador Fabrício Machado acredita que além de material didático, é necessário também que os deficientes possam ter acesso à informação. Pensando nisso ele sugeriu que os jornais de Pouso Alegre lancem o jornal falado. “Isso possibilitaria a essas pessoas ouvir as notícias e ficarem informadas. Na questão dos estudos, hoje temos vários deficientes visiuais em Pouso Alegre que chegam à idade adulta sem nenhum mecanismo público de ensino por falta de divulgação. Existem professores capacitados para ensinarem estas pessoas nas salas de aula. A inclusão social já existe na cabeça das pessoas é preciso a consciência de como fazâ-la funcionar”.

FONTE:INFORME MG SUL NEWS

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