Agentes penitenciários em greve serão demitidos

Portarias do Governo de Minas começam a ser publicadas na quarta-feira (21)

Cerca de 500 agentes penitenciários que participam de uma greve deflagrada na sexta-feira (16) vão ser demitidos. O governador Aécio Neves tomou a decisão nesta segunda-feira (19) e as portarias começam a ser publicadas na quarta-feira (21). Elas rescindem os contratos dos funcionários que trabalham como temporários e afastam preliminarmente os concursados — que, antes da exoneração, vão responder a processo administrativo. A justificativa da Secretaria de Defesa Social é que a

paralisação pôs em risco a segurança de “pessoas e unidades prisionais”.

Por causa da greve, no fim de semana visitas foram canceladas em várias unidades mantidas pela Subsecretaria de Administração Prisional. No Presídio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, houve confronto entre policiais militares e agentes que queriam bloquear a entrada de profissionais que optaram por trabalhar.

Os presos teriam se rebelado contra o cancelamento de visitas, atirando blocos de concreto contra os agentes, que revidaram com balas de borracha. Oito detentos foram hospitalizados com ferimentos leves.

A greve prossegue nesta segunda-feira (19) mas, segundo o governo estadual, em 91 das 93 unidades prisionais da Suapi não houve alteração da rotina. No Dutra Ladeira e na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, a PM ajudou na segurança. O Sindicato dos Agentes diz que está mantendo 32% do pessoal de serviço nas cadeias.

O Governo do Estado adverte que serão desligados do serviço os que, por ação ou omissão, comprometeram a ordem nas prisões. O diretor do Sindasp, Adeílton de Souza Rocha, disse que a categoria vai à Justiça para assegurar os empregos.

“Temos direito à greve. Há um ano estamos encaminhando nossas reivindicações ao governo, mas, em vez de seus representantes se sentarem conosco para ouvi-las, nos mandam embora”, reclamou.

Há 14 mil agentes em Minas, sendo que 11 mil temporários. A categoria tem salário inicial de R$ 1,5 mil e quer equiparação com policiais militares e civis, que ganham a partir de R$ 1,7 mil. Além disso, exige melhores condições de trabalho e a volta do tíquete-refeição, cortado pelo governo em abril, sob o argumento de que a crise comprometeu a arrecadação.

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