A coordenadora Estadual de Políticas Públicas para Mulheres, Virgília Rosa, deixou o PSDB – partido pelo qual disputou as eleições para a prefeitura de Pouso Alegre em 2008 – e filiou-se ao PTN. O partido, na cidade, é da base aliada do prefeito Agnaldo Perugini (PT), com cargos na sua administração.
Segundo o presidente do PTN local, o diretor do aeroporto Municipal Vanegil Fernandes da Silva, Virgília filiou-se em Belo Horizonte e virá a Pouso Alegre no fim de semana para conversar com a Executiva do partido. Ele considerou que Virgília Rosa, pelo número de votos que teve em outras eleições, pode somar e fortalecer o PTN em Pouso Alegre. ´Nas últimas eleições´, relembrou, ´estivemos em lados opostos, mas fico satisfeito que ela componha conosco. Ela será bem recebida´, disse Vanegil.
Em entrevista por telefone, o prefeito de Pouso Alegre, Agnaldo Perugini, disse que ´Virgília passa a ser de um partido da base aliada, mas não é uma aliada de fato. O nosso projeto é republicano, de inclusão social, de participação popular e sua filiação aconteceu de modo antidemocrático, ignorando a vontade das bases´, declarou Perugini.
De acordo com o prefeito, o fato do PTN estar na base aliada significa que está alinhado com o projeto que ele pretende para Pouso Alegre. ´Ela é da base aliada mas não da base alinhada, nossos projetos para Pouso Alegre são diferentes´, reafirmou. Para ele, a filiação de Virgília Rosa foi alinhavada ´de cima para baixo´ já que, a nível estadual, o PTN faz parte da base aliada do governo do Estado.

O prefeito Agnaldo Perugini tem agora quatro pré-candidatos a deputado Estadual no conjunto dos partidos que o apoiam: o vereador Marcus Vinicius Teixeira (PSB), o presidente da Câmara, Paulo Henrique (PT); Virgília Rosa (PTN) e um candidato que será oferecido pelo PV. Sobre isso, Perugini fez questão de dizer que na verdade são três pré candidatos: PT, PSB e PV. Virgília Rosa está fora do apoio do prefeito. ´Os três partidos, PT, PSB e PV´, frisou Agnaldo, ´vão procurar se unir para trabalharem juntos num apoio unânime a um candidato a deputado Federal. Por isso, é importante que cada partido tenha o seu candidato. Se essas candidaturas se manterão ou se nos uniremos para apoiar apenas um candidato a deputado Estadual é outra história. Mas é inegável que são novas expressões políticas que estão surgindo para renovar o quadro em Pouso Alegre´, concluiu o prefeito.
Para o chefe de Gabinete da Prefeitura de Pouso Alegre, Messias Morais, que pertence ao PV, o PTN fez parte da coligação que deu a vitória a Agnaldo Perugini. ´É um partido pequeno, eleitoralmente conveniente para um projeto pessoal na questão do legislativo Estadual e Federal, alinhado tanto com o governo do Estado como com o governo municipal´, ressaltou. Sobre o possível candidato do PV, Messias foi pragmático: ´num primeiro momento, o pré eleitoral, todas as Executivas do Estado, de qualquer partido, são pressionadas para lançar novas candidaturas. Os partidos precisam de legenda para se fortalecer´, explicou. Messias disse ainda que a Executiva do PV municipal ainda não decidiu quem será seu candidato. `Dependemos de uma reunião com o deputado Thiago Ulysses e com o presidente Regional do PV, a partir daí definiremos um nome´. Messias salientou ainda que isto é num primeiro momento e que uma outra reflexão pode ser feita no ano que vem sobre o lançamento de candidaturas. ´Podemos optar por nos concentrarmos em um só nome da base aliada em favor de Pouso Alegre. Ainda é cedo para qualquer opção pois a política é dinâmica e sujeita ao momento´, finalizou.
Virgília Rosa, também por telefone, disse que o fato de estar filiada a um partido aliado do prefeito de Pouso Alegre não significa um alinhamento automático com o governo municipal. ´Fui convidada pela Executiva Estadual do PTN para fazer parte de um novo projeto que envolve o governador Aécio Neves. O PTN, a nível Estadual, é da base aliada do governador´, contou. Quanto a ser um partido, em Pouso Alegre, da base do prefeito, Virgília não vê qualquer problema. ´Eu tenho um carinho muito grande pelo presidente do PTN, o mestre Gil [Vanegil], estivemos juntos em várias campanhas eleitorais, menos na última, quando ele, como presidente de partido, optou por apoiar o atual prefeito. Eu entrei no PTN para somar e não para dividir e espero poder colaborar com o Vanegil para fazer o partido crescer ainda mais. Quanto ao prefeito, não concordo com ele na maioria das suas decisões, mas quando é necessário qualquer tipo de ajuda para Pouso Alegre, a gente supera essas diferenças. Como coordenadora Estadual de Políticas Públicas para Mulheres já recebi elementos da administração Perugini para, juntos, trazermos benefícios para a cidade. Eu deveria, por exemplo, por questões de diferenças políticas, deixar que a minha cidade, a minha terra, perdesse o Hospital do Câncer ou o Centro Integrado da Mulher?`, indagou. Virgília concluiu dizendo que ´apesar de adversários políticos, para mim, ao menos, o bem de Pouso Alegre está acima de partidos, de vaidades pessoais e esta é a oportunidade para que Pouso Alegre volte a ter seu representante na Assembléia Legislativa. Um representante de fato da cidade, que possa trabalhar por ela e colocar Pouso Alegre em primeiro lugar, à frente de picuinhas partidárias´.
O ex-prefeito Enéas Chiarini, que saiu do PMDB nas eleições de 2008 por não concordar com sua direção – no caso, o deputado Marcos Lima apoiando Perugini e o partido dando o vice Miguel Tomate à chapa de Virgília Rosa – filiou-se ao PPS e revelou que também é pré-candidato a deputado Estadual.
Já o ex-prefeito Jair Siqueira saiu do PR e filiou-se ao PRB de José Alencar. Siqueira disse que não é candidato mas que tem compromisso com o deputado Estadual Dalmo Ribeiro (PSDB).
Por enquanto, de acordo com informações de bastidores, para deputado Federal, apenas o vereador Raphael Prado (DEM) e o presidente da FUVS, Sinval Caputo (PSDB), estão pensando numa possível candidatura.
Chico Rafael, por telefone, disse que não está filiado a nenhum partido e que não será candidato no ano que vem. Nos bastidores da política de Pouso Alegre o comentário é que Chico Rafael se filiará ao PSDB com vistas a uma candidatura, em 2012, a prefeito, com o respaldo de um grande grupo político.

No PMDB, o deputado Federal Marcos Lima, que também tomou o partido de assalto através de uma comissão provisória, já compôs com a vereadora Rogéria para torná-la presidente do PMDB Mulher. Lima ainda propôs ao presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Pouso Alegre, Luiz Antônio dos Santos, o ´Campanha´, a presidência do PMDB Afro, criado para atrair os votos dos afrodescendentes.
ESTA É A NOSSA OPINIÃO
Partir para a constituição de um PMDB Afro é o início de um método usado no século 17, na África do Sul, quando os colonizadores europeus aportaram por lá e fundaram uma sociedade que acreditavam perfeita e passaram a separar brancos e negros. O intuito era favorecer a minoria branca. A separação durou até 1994 quando Nelson Mandela assumiu a presidência da África do Sul. A prática, condenada mundialmente, ficou conhecida como apartheid – ou, segregação racial.
Campanha foi eleito presidente do maior sindicato da região (com quase dois mil filiados), o Sisempa, por seus notórios méritos e não por sua cor. Convidá-lo para presidir um diretório afro – uma espécie de senzala moderna – é depreciar sua inteligência e capacidade de aglutinação. É querer impor o apartheid à sociedade pousoalegrense.
E nós, da TV Uai, somos pelo mérito pessoal jamais levando em consideração a raça, o credo, o gênero ou a cor.

























