Jornal do Alabama afirma que outra plataforma está lançando petróleo nas águas do litoral sul dos Estados Unidos
AFP/GREENPEACE/JOSE LUIS MAGANA
Pelicano coberto de óleo no litoral da Louisiana: tragédia ecológica, das maiores de todos os tempos
NOVA ORLEANS (EUA) – O jornal “The Press Register”, do Estado do Alabama (EUA), afirmou nesta terça-feira (8) que há um segundo vazamento de petróleo no Golfo do México, na plataforma Ocean Saratoga, operada pela empresa Diamond Offshore Drilling Co. Segundo o jornal, o vazamento está acontecendo desde 30 de abril e já haveria no mar uma mancha de petróleo de 16 km de extensão.
Desde segunda-feira circulam informes de que a empresa Diamond, sediada em Houston (Texas), está tentando conter um novo vazamento de petróleo na plataforma Ocean Saratoga, que a companhia opera para a Taylor Energy, sediada em Nova Orleans (Louisiana). Fotos aéreas teriam confirmado uma nova mancha de petróleo no mar.
O almirante Thad Allen, da Guarda Costeira dos EUA, responsável pelas tentativas de conter o outro vazamento, o de uma plataforma da British Petroleum (BP), disse em entrevista coletiva que um comunicado seria divulgado sobre o suposto novo vazamento. “Eu mesmo não tenho conhecimento disso”, afirmou.
Ainda nesta terça-feira (8), o presidente americano, Barack Obama, elevou o tom das críticas por causa do vazamento de óleo que ocorre no Golfo do México. Enquanto isso, funcionários norte-americanos advertiram que a frágil economia e o ambiente da área afetada pode levar anos para se recuperar do pior vazamento do tipo na história do país e um dos maiores do mundo. Desde a explosão da plataforma da BP, em 20 de abril, foram derramados 80 milhões de litros de petróleo pelo Golfo do México, frente ao litoral da Louisiana.
Em uma entrevista à emissora NBC, Obama atendeu aos que consideravam que suas críticas até o momento não haviam sido incisivas o suficiente. Ele disse que conversou com pescadores e especialistas não por razões acadêmicas, mas “para saber que traseiro deveria chutar” no caso.
O presidente viajou três vezes à região atingida, desde a explosão da plataforma petrolífera. Alguns críticos reclamam da demora do líder para agir no caso. Obama, porém, insistiu que em sua visita de um mês atrás à área ele advertiu sobre o potencial que a crise poderia ter, segundo trechos divulgados da entrevista.
“Eu não fico por aí apenas falando com especialistas. Nós falamos com essas pessoas (pescadores) porque eles têm potencialmente a melhor resposta para eu saber que traseiro chutar”, afirmou Obama, em um raro momento de crua sinceridade sobre o desastre.
A companhia BP PLC aumentou a quantidade de petróleo que consegue capturar do vazamento no Golfo do México, graças a uma estrutura para conter o problema. A administração norte-americana, porém, pressiona a gigante britânica a ampliar os pagamentos de compensações aos moradores afetados pelo vazamento.
Segundo uma pesquisa ABC News/Washington Post, 69% dos consultados têm uma opinião ruim sobre a gestão da crise pela administração Obama. Quanto à BP, 81% dos entrevistados julgam negativamente a reação da companhia ao problema.
Cientistas alertaram ontem que grandes faixas de petróleo não se integram à maré negra que cobre a superfície de parte do Golfo do México e se mantêm circulando no fundo do mar, uma situação que, pode ser devastadora para o ecossistema submarino da região.
“Amostras de água retiradas da região e analisadas por especialistas mostraram extensas faixas de petróleo em profundidades entre 50 e 1.400 metros”, disse o oceanógrafo Yonggang Liu, da Universidade do Sul da Flórida (USF).
“Esse petróleo em águas profundas é invisível para os satélites”, disse Liu, da Escola de Ciências Marinhas da USF, que integra uma equipe de especialistas de várias entidades especializadas que acompanham a circulação do vazamento. O fato de se manter oculto não faz com que seja menos nocivo, ao contrário, já que torna quase impossível limpá-lo, alertou.
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